Bioindicadores para o monitoramento de restauração ecológica em floresta ombrófila mista Alto-Montana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rech, Lúcio Fonseca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/16638
Resumo: Mensurar e monitorar a qualidade ambiental de um ecossistema durante o processo de restauração florestal facilita a tomada de decisões em projetos com esse objetivo. A utilização de indicadores ecológicos facilita o processo de monitoramento, atribuindo valores de referência para metas temporárias para esses projetos. As borboletas e formigas são grupos que reagem rapidamente a alterações causada no ambiente, demonstrando grande potencial como bioindicadores. Este estudo objetivou avaliar se a regeneração natural de um ecossistema de referência está se regenerando dos impactos sofridos há 15 anos e avaliar o potencial das famílias Nymphalidae (Lepidoptera) e Formicidae (Hymenoptera) como indicadores de restauração florestal. O local estudado está dentro da Floresta Ombrófila Mista (FOM) Alto-Montana, no planalto de Santa Catarina, sul do Brasil. Para a avaliação florística-estrutural da regeneração natural foi seguida a metodologia proposta pela Secretaria do Estado de São Paulo (SMA/SP) por meio da resolução 32/2014. Foram estabelecidas 20 parcelas em fragmentos sem intervenção antrópica durante os últimos 15 anos, que foi considerado um ecossistema de referência. Para avaliação das borboletas foram estabelecidas duas unidades amostrais compostas por cinco armadilhas Van Someren-Rydon cada. A primeira unidade amostral foi instalada em área de floresta nativa sem intervenção antrópica, a segunda foi alocada em área aberta que recebe interferências. As armadilhas foram dispostas a uma altura de aproximadamente 1,2 m do solo, distantes 30 m entre si, e uma isca a base de banana foi utilizada como atrativo. Os indivíduos capturados em cada área foram identificados a nível de espécie. Somaram-se 2.900 horas totais de amostragem. Para a amostragem das formigas, dois transectos de 400 m cada foram utilizados: o primeiro em uma área com interferência antrópica de baixo impacto e o outro foi estabelecido em área de floresta nativa de aproximadamente 15 anos. Cada transecto foi composto por 20 unidades amostrais, cada unidade apresentou quatro armadilhas pitfall, com composição salina e detergente para quebra da tensão superficial. As armadilhas permaneceram ativas por 48h. Os indivíduos de formigas foram identificados a nível de gênero. Os valores encontrados para a regeneração natural da floresta foram acima do considerado adequado para atestar recomposição conforme a metodologia da SMA, indicando que a área está se recuperando de impactos pretéritos, mas indica também que os valores para São Paulo possam não ser realistas para a região de estudo. Para as borboletas, a área nativa a abundância foi quase sete vezes maior do que na área antrópica. Fosterinaria pronophila e Forsterinaria necys apresentaram afinidade à áreas nativas, enquanto Carminda griseldis foi mais frequente em área antrópica. A vegetação das duas áreas foi aparenta ser a principal causa pela diferença na composição de borboletas. Para as formigas, houve difereneça significativa entre a composição de espécies das duas áreas, e os gêneros Solenopsis, Pachycondyla, Pheidole e uma espécie sem identificação, foram indicadoras de área perturbada, enquanto a nativa não apresentou indicadores. Borboletas e formigas apresentam grande potencial como bioindicadores, de forma que a abundância de borboletas é favorecida em área florestada, enquanto a condição antrópica favoreceu as formigas.