Estética de terreiro: a ancestralidade do teatro periférico no Espaço Semente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Valdeci Moreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/18104
Resumo: Esta pesquisa analisa os aspectos artísticos e pedagógicos do Coletivo Semente, grupo teatral localizado na cidade-satélite do Gama, periferia do Distrito Federal. Reflete sobre os conceitos de periferia como lugar em que se produz arte, cultura e teatro periférico, com Milton Santos, Mike Davis, Gustavo Lins Ribeiro e Rosyane Trotta. Aborda as concepções de quilombismo, oralituras, afrografias e tempo espaço espiralar a partir de Beatriz Nascimento, Leda Maria Martins, Clóvis Moura e Abdias Nascimento. O trabalho analisa a estética de terreiro nas encenações de Miguilim Inacabado, Macunaíma e Grande Sertão Veredas - Uma Kizomba Periférica. Essas montagens sintetizam o trabalho que o Esáço Semente vem desenvolvendo ao longo dos anos, com sua metodologia e pedagogia teatral dos terreiros. A pesquisa também utiliza a concepção de topofilia, que se refere a sujeitas e sujeitos periféricos, assim como a literatura modernista, em diálogo com Yi-Fu Tuan, Tiaraju Pablo D’Andrea e Antônio Candido. A reflexão sobre teatro periférico de Grande Sertão Vereda – uma Kizomba Periférica problematiza o poder da periferia em nomear suas próprias coisas ao associá-las ao uso da linguagem por Guimarães Rosa. A estética de terreiro é o lugar de encruzilhada e entroncamento, onde as vias não se bifurcam, e sim se encontram num contínuo fluir para múltiplas direções. Apta à compreensão do processo de formação dos alunos-atores com a metodologia de trabalho do Semente, a estética de terreiro se introduz e impacta a montagem da obra modernista e sertaneja do século passado ao coadunar-se com a realidade das periferias brasileiras de hoje.