A extensão universitária no processo de internacionalização de uma universidade pública federal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Souza, Stefani de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/20708
Resumo: Nesta tese evidenciamos a extensão universitária, uma das funções do tripé indissociável da universidade brasileira, no processo de internacionalização da educação superior, por meio de uma pesquisa de caráter exploratório. Nosso ponto de partida foi a necessidade de investigar, considerando indícios encontrados na literatura, se a extensão era negligenciada em agendas e em estratégias de internacionalização, especialmente aquelas com traços de hegemonia. O cenário da pesquisa foi a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde buscamos compreender a extensão universitária no processo de internacionalização da Instituição. O percurso metodológico, de natureza qualitativa, contemplou a pesquisa exploratória, realizada com a revisão da literatura sobre o fenômeno e com a observação não participante em eventos da área de extensão e de internacionalização, bem como a pesquisa de campo na UFSC, com a condução das entrevistas semiestruturadas em profundidade com 21 atores chave das áreas de extensão e internacionalização da Instituição, além de recursos bibliográficos e documentais. Analisamos os dados obtidos por intermédio de análise de conteúdo categorial temática, com o auxílio do software ATLAS.ti. Os achados empíricos demonstram que, quando se trata de internacionalizar a universidade, a extensão está à margem desse processo, estando distante dos patamares do ensino e da pesquisa. Entretanto, na prática, a internacionalização da extensão é identificada para além da visão reducionista que a UFSC apresenta em documentos institucionais como o Plano de Desenvolvimento Institucional 2020-2024. A referida constatação pode ser observada a partir das iniciativas que rastreamos, que já ocorrem na UFSC e podem ser consideradas internacionais ou interculturais, pelas realidades pluriculturais que ensejam, mas que não são classificadas e/ou amplamente reconhecidas como iniciativas de internacionalização da extensão: Serviço de integração acadêmica para comunidade universitária internacional - Projeto Sintegra; Clínica Intercultural, atual Ateliê das Migrações; Núcleo de Apoio a Imigrantes e Refugiados (NAIR/Eirenè-UFSC/CSVM); Identidade Eletrônica e Infraestrutura de Chaves-Públicas de Moçambique (ICP-MZ); Português como Língua de Acolhimento para Imigrantes (PLAM); e Técnica sem Fronteiras Brasil (TsF-Br). Além disso, foi possível evidenciar dimensões da extensão que permeiam também a extensão de caráter internacional e são afetadas pela curricularização da extensão em curso, tais como: a conceituação e os (des)entendimentos acerca do que pode ser extensão universitária; a relevância da extensão universitária na formação do estudante; e os desafios para coordenar e manter iniciativas de extensão, que perpassam a sobrecarga docente e o escasso financiamento da extensão. Com a realização desta tese, alcançamos a oportunidade de compreender a extensão na internacionalização e vislumbramos uma ampliação do próprio entendimento conceitual de internacionalização da extensão, contemplando não apenas as ações de alcance internacional, mas também aquelas locais. Ao não reconhecer em suas estratégias e políticas institucionais ações de extensão de caráter internacional/intercultural que ocorrem em seus âmbitos, especialmente aquelas alinhadas a uma racionalidade distanciada das hegemonias, e ao marginalizar a extensão no processo de internacionalização, a universidade perde a oportunidade de apresentar ao mundo uma forma de dialogar com a sociedade que tem potencialidades para contribuir para a concepção de perspectivas de internacionalização mais solidárias, cooperativas e distanciadas da racionalidade hegemônica.