Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Krieger, Morgana G. Martins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/11360
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Resumo: |
Nas últimas décadas, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) têm assumido um papel central no palco da esfera pública. A ampliação do interesse pelas OSCs veio acompanhada por críticas à sua atuação, tendo destaque os questionamentos sobre representatividade, impacto, accountability, transparência, cm suma, sobre a sua própria legitimidade. Nesse cenário, esse trabalho parte da seguinte pergunta de pesquisa: quais são as justificações dominantes que embasam a atuação e a existência das OSCs, e, portanto, lhes conferem legitimidade, de acordo com os atores representativos do campo? Para responder esta questão, o caminho teórico metodológico se estrutura cm cinco capítulos, além da introdução e conclusão. No Capítulo 1 adentramos no debate teórico sobre legitimidade, o qual é composto, na sua maioria, por estudos que focalizam aspectos técnicos c buscam identificar a presença de fatores que conferem legitimidade às OSCs. Esta dissertação, no entanto, aborda o fenômeno como um constrato social que depende das OSCs c das forças externas com as quais interagem. Para compreender melhor como a legitimidade é construída, recorremos no Capítulo 2 à Teoria das Grandezas, formulada por Boltanski e Thévenot (1991), segundo a qual a construção de acordos se dá por meio de processos de justificações que os legitimam, baseados nos mundos comuns, resultando na construção de um quadro de análise para o examinar as lógicas que embasam a legitimidade das OSCs. Buscou-se, no Capítulo 3, a partir da análise da trajetória do campo no Brasil, identificar os mundos comuns que fundamentaram a construção da legitimidade das OSCs, o que permitiu formular as hipóteses de pesquisa. A metodologia do trabalho é descrita no Capítulo 4 e a análise de conteúdo de entrevistas com gestores de 46 OSCs que atuam nas capitais do Sul do Brasil foi utilizada como método. Como resultados, explorados no Capítulo 5, verificou-se a presença de diversos mundos comuns nas justificações dos atores. Na análise frequencial aufere-se que 42,01% das palavras significativas pertencem ao mundo industrial; 29,11% ao cívico; 10,18% ao doméstico; 8,57% ao de projetos; 7,58% ao mercantil; 1,43% ao da fama c 1,12% ao da inspiração. Observou-se que existem conflitos entre as lógicas que coabitam o campo, porém 3' estas disputas não são muito explícitas, visto que ocorre um processo de adequação e homogeneização das práticas das OSCs para corresponderem aos testes aos quais são submetidas (pertencentes na sua maioria ao mundo industrial). Os mundos comuns presentes no campo também constroém pontes entre si e alguns desses compromissos geram repercussões mais amplas, como é o caso dos termos responsabilidade social, economia solidária e desenvolvimento sustentável. Finalmente, percebe-se que existem lógicas que isolam a existência de outras, com ampla predominância da lógica industrial, ofuscando lógicas que já foram representativas para o campo, como a inspirada e a doméstica. Os resultados corroboram para concluir que as dimensões da legitimidade que predominam nas OSCs na atualidade são a pragmática e a moral, as quais têm por base a resposta às demandas dos stakeholders e estimulam a adaptação das OSCs a padrões externamente estabelecidos. Nesse sentido, para fortalecer a democracia, recomenda-se que as OSCs focalizem a dimensão cognitiva da legitimidade, influenciando o ambiente externo na construção dos sentidos para a sua existência e promovendo a concepção de suas próprias convenções de legitimidade. |