Escola profissional feminina de Florianópolis : reproduções sociais e culturais “costuradas” pela educação popular (1935 -1983)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Fernandes, Rosane Schimitz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/11367
Resumo: Esta pesquisa aborda uni estudo exploratorio, abrangendo as áreas da Historia e da Sociologia da Educação, com o objetivo de investigar a Escola Profissional Feminina, no contexto da cidade de Florianópolis, no periodo histórico de 1935 a 1983. Os conceitos de habitus e de reprodução foram apresentados a partir da teoria de Pierre Bourdieu. Buscou-se, também, especial suporte teòrico nas historiadoras Otaiza de Oliveira Romanelli, na área de Historia da Educação no Brasil, c Zoraide Rocha de Freitas, na área de História do Ensino Profissional no Brasil. Além do método dialético de pesquisa utilizado que proporcionou a orientação geral para conhecer e interagir com a realidade social delimitada, foram utilizadas as seguintes técnicas: entrevistas não-diretivas ou semi-estruluradas, levantamento estatístico (aplicação/questionário) e documental 0iistórico) junto aos órgãos públicos e à própria escola em apreço e a observação participante. Verificou-se que esta escola surgiu e funcionou como representação e reprodução cultural e social de classes populares e como resultado da implantação de um sistema de ensino dualista, que veio a reforçar desigualdades de classe e de gênero. Constatou-se, porém, a contradição entre o discurso político da implantação da educação popular e a realidade na escola profissional feminina ao se verificar que o público frequentador era formado também por membros da classe intermediária e da elite. As experiências realizadas neste contexto eram incorporadas de um habitus feminino burguês e de trabalho - um modelo feminino que caracterizava uma formação feminina dirigida para o casamento e para as “prendas domésticas”, mas que também interagia no espaço privado e no espaço público, realizando trabalho autônomo como costureiras, bordadeiras, etc., possibilitando, desta forma, um processo de socialização e de ascensão social, além da manutenção do modelo feminino. Estabeleceu-se também uma reflexão comparativa entre a escola profissional feminina e a escola superior de moda, desta forma surgindo uma interface com a moda através da produção e reprodução do vestuário. Conseqüentemente, foi ampliada a história da educação brasileira, que vem sendo estudada em vários centros de pesquisas ao longo dos anos, promovendo o registro da história da educação catarinense, considerando-se importante a continuidade desta pesquisa, pois ela abre caminhos para estudar outras escolas profissionais femininas do Estado de Santa Catarina que não foram investigadas, preservando-se a memória educacional catarinense e construindo-se saber histórico.