Maneiras de se ler teatro hoje: um breve olhar em três textos da dramaturgia brasileira contemporânea

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Caldeira, Guilherme Raphael
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Dramaturgia brasileira; Teatro brasileiro; Escrita teatral
• Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/20337

Ao observar três textos de dramaturgias brasileiras escritos nas últimas duas décadas, este trabalho se propõe a identificar novas maneiras de realizar a leitura destes textos, entendendo a influência do drama aristotélico como um agente influenciador da interpretação e da própria maneira que se faz uma leitura de um texto teatral. Para isso, proponho uma leitura não em forma de análise, mas como um olhar expandido para as possibilidades textuais escondidas dentro da própria forma, entendendo o potencial criativo de um texto dramatúrgico para além da palavra ou de seus personagens enquanto leva em consideração a forma e o entorno onde estes são criados. Os textos, Fatia de Guerra de Andrew Knoll, Caranguejo Overdrive de Pedro Kosóvski e Vaga Carne de Grace Passô remetem a momentos específicos do nosso país e as soluções de escrita de cada obra são desdobradas nesta dissertação, observando a forma da escrita utilizada em relação ao formato dramático, isto é, seus afastamentos e aproximações da personagem psicológica, da linearidade e até mesmo do realismo. Para isso, relacionar os textos com noções e pesquisas de dramaturgias textuais e não textuais do teatro contemporâneo se fazem necessárias para trazer à tona as provocações que cada autor/autora criam em sua escrita, num trabalho de dissecação dos textos na, para melhor entender o quê cada dispositivo de escrita trabalhado contribui em cada situação. A leitura das dramaturgias citadas nesta dissertação se dá como motor criativo ao compreender que o texto dramatúrgico se forma também na cena e que por sua natureza a interlocução e tradução da palavra, assim como a do papel, exige que estes textos possibilitem espaço para a criação para além do significado concreto das palavras.