Santa Catarina sob suspeita: a atuação dos órgãos de segurança e informação da ditadura em território catarinense (1964-1985)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Juliano Cabral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/16181
Resumo: A presente dissertação de mestrado constitui um estudo acerca das instituições da ditadura militar responsáveis pela “segurança política” no estado de Santa Catarina, as quais atuaram em ações repressivas entre os anos de 1964 e 1985. O objetivo do trabalho consiste em identificar estes órgãos, entender como eram seus modos de agir e de operar, averiguar em quais regiões do estado atuavam, compreender sua cadeia hierárquica e o que enxergavam no cenário catarinense enquanto espaço a ser vigiado. As principais fontes de pesquisa são documentos produzidos pelasprópriasinstituições,comoprontuários,pedidosdebusca,correspondências,relatórios e dossiês diversos, além das requisições indenizatórias apresentadas em1998 à Comissão de Indenização aos Ex-Presos Políticos de Santa Catarina, que contêm testemunhos dos perseguidos e de seus familiares. O primeiro capítulo é dedicado à listagem dos órgãos e a discorrer acerca de suas atividades, sobre os locais que utilizavam como prisão e sobre o cotidiano daqueles que eram presos em suas instalações. O segundo capítulo trata da participação destes órgãos em três momentos distintos da ditadura militar em Santa Catarina: a Operação Limpeza, em1964; a Operação Barriga Verde; em 1975; e a Novembrada, em 1979.O terceiro e último capítulo tem como enfoque a identificação dos alvos cotidianos, além deevidenciar os impactos causados na vida dos atingidos pela repressão empreendida por estas instituições. Os rastros deixados pelas atividades de tais instituições na vida dos catarinenses perseguidos envolvem desde o desemprego duradouro e a dificuldade de acesso a direitos básicos, tais quais educação e moradia, até sequelas físicas e psicológicas, como problemas cardíacos, dificuldades motoras, depressão e tendências suicidas. Isto tudo evidencia como a ditadura militar marcou com sua cota de dor e sofrimento as trajetórias de parte da população do estado, proporcionada pelos órgãos estudados neste trabalho.