Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Fukuda, Fernanda Sayuri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/21025
|
Resumo: |
Introdução: A prática de exercícios físicos pode levar ao desenvolvimento dos sintomas de incontinência urinária (IU) e prolapso de órgãos pélvicos (POP). Para o tratamento dessas disfunções, o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) possui grande evidência atualmente. Porém, estudos sobre o impacto da prática de exercícios físicos na qualidade de vida (QV) e na função dos músculos do assoalho pélvico (MAP) ainda são escassos na literatura, levando a grandes lacunas de conhecimento. Objetivo: Revisar sistematicamente os estudos que avaliaram o efeito do TMAP nos sintomas de IU, na QV e na função dos MAP em mulheres praticantes de esportes de alto impacto; e avaliar o efeito do TMAP nos sintomas de IU e no grau do POP em mulheres praticantes de exercício físico. Materiais e método: Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (ECRs) e não randomizados. Foram incluídos estudos com mulheres que praticam esportes de alto impacto, intervenções incluindo TMAP e com objetivo primário ou secundário para avaliar sintomas de IU. A busca eletrônica foi realizada no PubMed, EMBASE, SciELO e Scopus. A qualidade da evidência foi avaliada por meio das escalas Physiotherapy Evidence Database (PEDro) e Risk of Bias in Non-Randomized Studies – of Interventions (ROBINS-I). O Consensus on Exercise Reporting Template (CERT) foi usado para avaliar a qualidade dos protocolos de TMAP. No ensaio clínico, a primeira parte foi realizada por meio de um site, com aplicação de formulários e questionários validados que avaliam o nível de atividade física (International Physical Activity Questionnaire - Short Form - IPAQ -SF), perda de urina (International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form – ICIQ-UI SF) e qualidade de vida (King's Health Questionnaire - KHQ). Em seguida, todas as mulheres praticantes de exercício físico e com sintomas de IU foram convidadas a realizar avaliação dos MAP que incluiu a contração voluntária máxima (CVM), pressão vaginal de repouso (PVR), resistência e suporte dos órgãos pélvicos, por meio do Pelvic Organ Prolapse – Quantification (POP-Q) System. Aquelas que desejaram iniciar o tratamento foram convidadas a iniciar o protocolo de TMAP com duração de 8 semanas em 5 fases. Foram incluídas mulheres com 18 anos ou mais, em fase reprodutiva, que praticassem exercício físico regular por no mínimo 6 meses com frequência mínima de 3 vezes por semana. Resultados: Três ECRs e dois não randomizados (104 participantes) foram analisados na revisão sistemática. O TMAP melhorou significativamente os sintomas de IU com redução da frequência (n = 3) e da quantidade de perda de urina (n = 5). A função dos MAP foi avaliada em três estudos, dois encontraram melhora significativa na CVM e um na PVR no grupo TMAP. Nenhum dos dois estudos que avaliaram a QV encontraram diferença após o TMAP. As mulheres participantes do ensaio clínico (n = 7) apresentaram média de 33,5 ± 10,2 anos e foram classificadas como ativas (n = 5) e muito ativas (n = 2), de acordo com IPAQ-SF. O escore total do ICIQ-UI SF apresentou diminuição estatisticamente significativa na comparação da avaliação e reavaliação (p = 0,045). O POP foi encontrado em 57,1% (n = 4) das participantes, com maior prevalência do grau 1 (n = 3). Na reavaliação, uma mulher apresentou POP grau 1 e uma apresentou POP grau 2. As variáveis de função dos MAP e os domínios do KHQ não apresentaram diferença significativa na comparação pré e pós-intervenção. Conclusão: A revisão sistemática mostrou que o TMAP pode reduzir os sintomas de IU (frequência e quantidade de perda de urina) e melhorar a função dos MAP (CVM e PVR) em mulheres que praticam esportes de alto impacto. No ensaio clínico, as participantes apresentaram melhora significativa no escore do ICIQ-UI SF e houve diminuição no grau do POP após o protocolo de TMAP, no entanto, a QV e a função dos MAP não alteraram após a intervenção. |