Virulência de Nomuraea rileyi (Farlow) Samson e sua relação com a estrutura e composição cuticular de lavar de lepidópteros-praga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fronza, Edegar
Orientador(a): Barros, Neiva Monteiro de, Specht, Alexandre, Heinzen, Horácio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ucs.br/handle/11338/699
Resumo: Nomuraea rileyi é um entomofungo que infecta principalmente lepidópteros representantes da superfamília Noctuoidea, que inclui pragas-chave de diversas culturas de grande importância econômica. No entanto, a susceptibilidade das espécies a este agente é variável, mesmo entre representantes da mesma família e até de mesmo gênero. Um dos fatores responsáveis por esta susceptibilidade diferenciada pode ser a composição lipídica da cutícula larval. O objetivo deste estudo foi avaliar a estrutura e composição cuticular de larvas de lepidópteros e sua relação com a susceptibilidade a N. rileyi. Foram utilizadas as espécies Anticarsia gemmatalis, Mythimna sequax, Rachiplusia nu e Spodoptera cosmioides e duas linhagens do fungo (CH87551 e UB93150). Larvas de segundo instar foram obtidas a partir da criação massal no Laboratório de Controle de Pragas da Universidade de Caxias do Sul e submetidas a suspensões de 107, 108 e 109 conídios/mL por 24 horas e após, transferidas para recipientes de 200mL contendo dietas artificiais específicas. Os bioensaios foram mantidos em condições controladas e avaliados diariamente por 14 dias. Para análise da composição lipídica cuticular, exúvias oriundas da metamorfose larval-pupal foram submetidas à extração com hexano e posteriormente à diclorometano-metanol. Para obtenção das exúvias de M. sequax, as larvas foram alimentadas com Lolium multiflorum. Os extratos obtidos foram analisados por cromatografia de camada delgada e seus componentes separados por cromatografia em coluna aberta, cujas frações resultantes foram analisadas por cromatografia gasosa acoplada a detector de massas (GCMS). Imagens de microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram obtidas de larvas de segundo ínstar de cada espécie, submetidas uma suspensão de 108 conídios/mL e analisadas 24, 48 e 72 horas após a exposição ao patógeno. Os resultados demonstraram que as espécies avaliadas foram diferentemente afetadas por N. rileyi e, mesmo pelas diferentes linhagens avaliadas. A CL50 (log dose) obtida com as linhagens CH e UB foi de 6,73 e 7,97 para A. gemmatalis e 8,26 e 9,16 para R. nu respectivamente. S. cosmioides foi susceptível apenas à linhagem UB, porém a taxa de mortalidade foi de apenas 11,5% na maior concentração e M. sequax não foi susceptível a nenhuma das linhagens avaliadas. A composição lipídica cuticular apresentou diferenças quali-quantitativas entre as larvas. Os principais componentes identificados em A gemmatalis, M. sequax e R nu foram hidrocarbonetos, respondendo por 72,3, 74,5 e 83,6% respectivamente, com menor diversidade de compostos para M. sequax. Ácidos graxos lineares e ramificados (C14 a C20) foram identificados, com diferentes composições em cada uma das espécies. Identificou-se um aldeído e um álcool graxo em A. gemmatalis e outro aldeído graxo em R. nu. Em S. cosmioides, o componente majoritário identificado foi vitamina E, com mais de 70%. Nas imagens de MEV foi possível observar conídios de N. rileyi aderidos à superfície cuticular das quatro espécies avaliadas, especialmente na região abdominal e nos pseudopodes, mesmo depois de 48 horas após contato, sobretudo em S. cosmioides e M. sequax, espécies nas quais muitos dos conídios visualizados apresentaram tubo germinativo crescendo paralelamente à superfície. As espécies que se mostraram mais susceptíveis nestes bioensaios foram as que apresentaram, além de grandes quantidades de alcanos, as maiores diversidades destes compostos. As espécies menos susceptíveis apresentaram pouca quantidade e/ou variedade de alcanos ou ainda algum composto antioxidante, como no caso da vitamina E. Os resultados obtidos sugerem que, além das diferenças na composição lipídica e na estrutura cuticular das larvas, a variabilidade de N. rileyi pode estar relacionada à susceptibilidade diferenciada observada nas espécies, no entanto o potencial de uso deste agente como ferramenta no manejo integrado de pragas é considerável e precisa ser mais bem compreendido e explorado.