A elevação da vogal média anterior átona em Flores da Cunha (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Guzzo, Natália Brambatti
Orientador(a): Battisti, Elisa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://repositorio.ucs.br/handle/11338/1015
Resumo: A elevação variável da vogal média anterior átona /e/, como em cidade::cidadi, segunda::sigunda e me chama::mi chama, foi investigada, na fala de 32 informantes de Flores da Cunha (RS), por meio de análise quantitativa, nos moldes da Teoria da Variação Linguística, de Labov (1994, 2008 [1972]), e por meio de análise qualitativa, nos moldes da Teoria da Variação como Prática Social, de Eckert (2000). Houve aplicação da regra de elevação em 50,7% dos 25708 contextos obtidos. As variáveis controladas – Presença de coda na sílaba, Presença de onset na sílaba, Vogal da Sílaba Seguinte, Posição de /e/ na palavra, Contexto fonológico precedente, Contexto fonológico seguinte, Gênero, Idade e Local de residência – foram consideradas significativas pelo programa GoldvarbX, usado na análise estatística. A elevação é condicionada favoravelmente pelos fatores sílaba sem onset, sílaba com coda, vogal alta na sílaba seguinte, vogal /e/ em clítico, consoante velar ou zero em contexto precedente, vogal ou zero em contexto seguinte, zona urbana e idade entre 18 e 30 anos. Sendo os jovens os introdutores da regra de elevação na comunidade, o fenômeno caracteriza-se como mudança linguística em progresso. Para verificar em que medida as práticas sociais desses jovens estão relacionadas a seus índices de elevação de /e/, foi realizada análise de conteúdo (BARDIN, 2000; FREITAS; JANISSEK, 2000) de entrevistas de oito jovens florenses. Essa análise revelou que os jovens que adotam práticas sociais tradicionais, ligadas à história da imigração italiana, têm frequência de aplicação da regra menor do que aqueles que se engajam em práticas inovadoras. Enquanto que as práticas tradicionais orientam-se para a vida na comunidade, as inovadoras orientam-se para fora da comunidade. Os jovens que desejam permanecer na localidade elevam menos a vogal /e/, ao passo que aqueles que desejam dela sair, a fim de adequar-se ao modo de falar mais corrente em outras regiões brasileiras, passam a aplicar a regra de elevação com mais frequência.