Contribuições de famílias para o rendimento escolar de alunos de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental: olhares das responsáveis e das professoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Moraes, Rita de Cássia Araújo Freitas de lattes
Orientador(a): Moreira, Lúcia Vaz de Campos lattes
Banca de defesa: Rabinovich, Elaine Pedreira lattes, Cruz, Antonio Roberto Seixas da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1538
Resumo: Na contemporaneidade, paradigmas educacionais apontam para a importância do envolvimento e da participação da família na vida escolar de suas crianças. Além da família, a escola e o próprio aluno contribuem para que este tenha um maior ou menor rendimento escolar. É nessa linha que se insere o presente estudo, que teve por objetivo geral investigar como as famílias contribuem para o rendimento escolar de alunos de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental de uma escola municipal urbana do interior da Bahia, segundo os olhares das responsáveis e das professoras das crianças. Participaram do estudo 18 responsáveis pelas crianças com maior rendimento escolar (grupo 1) e 18 responsáveis pelas crianças com menor rendimento escolar (grupo 2), totalizando 36 participantes nos dois grupos, além de 18 professoras regentes das turmas às quais pertenciam os alunos e o coordenador pedagógico da escola. Três roteiros semi-estruturados de entrevista foram elaborados (um para responsáveis, um para professoras e outro para coordenação). O estudo foi aprovado por comitê de ética. Os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e foram submetidos à entrevista gravada utilizando os roteiros. Por meio de análise quantitativa-interpretativa foram construídos sistemas de categorias. Obteve-se os seguintes resultados: no do grupo 1, a maioria das responsáveis trabalha, é casada, possui o Ensino Médio Completo, tem uma renda familiar entre mais de um a até três salários mínimos e apresenta tipologia de família nuclear. Já no grupo 2, a maior parte das participantes não trabalha, é solteira, apresenta baixa escolaridade (até a 4ª. série do Ensino Fundamental), tem renda familiar de até um salário-mínimo e apresenta tipologia de família extensa/ampliada. Tais dados sugerem que, apesar de os dois grupos estarem inseridos num mesmo contexto de pobreza, as famílias das crianças com um menor rendimento escolar encontram-se em condições de vida muito mais precárias. As crianças do grupo 1 foram consideradas por suas responsáveis como inteligentes, comportadas, sociáveis e estudiosas; porém, no grupo 2, apesar de serem também comportadas e sociáveis, são identificadas como pouco inteligentes ou estudiosas. A maioria das responsáveis do grupo 1 participa das reuniões escolares, enquanto só a metade do grupo 2 costuma freqüentá-las assiduamente. No grupo 1 as crianças costumam levar as atividades escolares prontas para a escola, o mesmo não ocorre no grupo 2. Os dados sugerem que a escola foi vista pelas responsáveis como um instrumento capaz de possibilitar às crianças das camadas populares uma condição de vida melhor do que elas têm atualmente. Segundo as professoras, a família se constitui no elemento fundamental para o maior ou menor rendimento escolar do aluno, além de ser a base para a formação integral do sujeito. Finalmente, para as responsáveis e as professoras, a boa relação família-escola é condição fundamental para o êxito escolar das crianças. Conclui-se que as famílias, a partir de suas características, podem contribuir efetivamente como inibidoras ou propulsoras no rendimento escolar de suas crianças, mas também a escola e a própria criança são protagonistas neste rendimento.