Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Leal, Teresa Cristina Merhy
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Orientador(a): |
Moreira, Lúcia Vaz de Campos
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Banca de defesa: |
Almeida, Márcia Tereza Fonseca
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Santos, Luciene Souza,
Rabinovich, Elaine Pedreira,
Santos, José Eduardo Ferreira |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica do Salvador
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Programa de Pós-Graduação: |
Família na Sociedade Contemporânea
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Departamento: |
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://ri.ucsal.br/handle/prefix/851
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Resumo: |
Esta pesquisa doutoral emerge do meu percurso enquanto professora da Educação Infantil, dos desafios que se sucederam e se constituíram no compromisso com as crianças e suas infâncias. E posteriormente como professora e coordenadora de um curso de Pedagogia. Nesta trajetória, impulsionada pelas experiências e desafios, uma inquietação torna-se latente e motiva a questão central deste estudo: o que as narrativas de professoras da Educação Infantil, de uma Instituição Comunitária de Salvador-Ba, desvelam sobre o seu processo formativo, sua prática docente e a relação com as famílias? Neste intuído elejo como objetivo: apreender, a partir de narrativas de professoras de uma Instituição Comunitária de Educação Infantil, o percurso de formação, da prática docente e da relação com as famílias. O caminho investigativo trilha a abordagem qualitativa alicerçada no método das narrativas Clandinin e Connelly (2011), Souza (2004) e Momberger (2015). A partir da entrevista narrativa com três professoras, articulada à escuta e ao olhar da observação direta e registros do diário de campo, busco a aproximação com a cultura escolar. Os dados coletados possibilitaram a elaboração das unidades interpretativas e analíticas sobre a memória da infância das professoras, a qual manifesta o prazer e/ou desprazer da experiência com a realidade que as afetam na relação familiar e na vida escolar, permeadas por rigores, brincadeiras e aprendizagens. Sobre a formação docente e a prática pedagógica, as narrativas apontam que os saberes da experiência reverberados no ser professora na creche escola comunitária, são desafios constantes ao lidarem com a baixa escolaridade dos pais, a violência, as drogas e as limitações de ordem financeira que incidem na precariedade da alimentação familiar, aspectos identificados pelas professoras como inibidores do desenvolvimento infantil, posto que tal vulnerabilidade social impacta diretamente no comportamento da criança no ambiente escolar. O planejamento pensado se contradiz com o planejamento vivido, pela estrutura física do local, que não é organizado de acordo com a faixa etária das crianças de quatro e cinco anos. Em contrapartida, as ações e as reações das professoras denotam a resiliência que emerge como superação às adversidades, em prol do desenvolvimento infantil e propulsora da relação escola e família. As inferências relativas ao cuidar físico e emocional frente aos limites educativos, pouco presentificados na educação familiar, tem no cuidar e no educar, o afeto como elemento fundante na relação entre as professoras e as crianças. Os discursos que se apresentam de forma explícita e/ou subentendida, anunciam e denunciam permanências na concepção das professoras sobre famílias, ao reproduzirem a idealização do modelo de família nuclear tradicional, ao mesmo tempo em que identificam rupturas na conjugalidade, expressiva monoparentalidade materna e a transferência de responsabilidade familiar quanto aos atos de cuidar e educar para a creche escola comunitária investigada. |