Transformações do cotidiano familiar da mulher cuidadora de pacientes com acidente vascular encefálico na cidade de Salvador, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Moreira, Cristiane Cavalcanti lattes
Orientador(a): Alcântara, Miriã Alves Ramos de lattes
Banca de defesa: Maia, Helena Maria Silveira Fraga, Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simom
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/123456730/239
Resumo: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um distúrbio neurológico que acomete várias regiões do encéfalo e, a depender do tamanho e extensão da lesão, poderá trazer danos temporários ou irreversíveis. Tem como seu principal acometimento a hemiplegia. Essa desordem traz para a vida do indivíduo uma verdadeira transformação no seu cotidiano, desde questões relacionadas ao seu ambiente doméstico, como também relacionadas às condições socioeconômicas. Esta pesquisa tem como objetivo analisar as transformações geradas no cotidiano familiar das cuidadoras informais de pacientes com sequela de AVE sob o ponto de vista da mulher e discutir o conjunto de rupturas que alcançam seu cotidiano familiar e sua interface com a sociedade e o Estado. O instrumento de investigação foi um roteiro semiestruturado de entrevista, contendo 44 questões referidas aos dados gerais (8), socioeconômicos (15), cuidado, informações em saúde e família (21). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e está de acordo com os critérios da ética em pesquisa com seres humanos, com assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e garantia do sigilo das informações. As entrevistas foram analisadas de acordo com o modelo proposto por Minayo (2010). O estudo foi realizado no Instituto Baiano de Reabilitação com 15 mulheres selecionadas de acordo com os seguintes critérios: 1) ter vínculo de conjugalidade ou parentalidade com os indivíduos acometidos; 2) ser principal cuidadora de paciente com ao menos um episódio de AVE; 3) e que ainda estivesse em tratamento. Os resultados acerca do perfil das participantes apontam: mulheres predominantemente casadas (n=11), de meia idade (n= 47 anos), de cor preta (n=7), com escolaridade baixa (n=7). Eram em sua maioria filhas (n=6), esposas (n=6), mães (n=2) ou neta (n=1). Possuem escolaridade baixa (n=9) e renda familiar de até três salários mínimos. Com relação aos aspectos clínicos do paciente, o AVE mais prevalente foi o isquêmico (n= 7). Verificou-se ainda que três (20%) já haviam tido um episódio anteriormente, mas sem sequela. O quadro de saúde do paciente tende a deixar a cuidadora familiar principal em condição de vulnerabilidade às doenças físicas e psicológicas, como estresse e ansiedade. As transformações do cotidiano desdobram-se em problemáticas relativas aos níveis da subjetividade, família, sociedade, sistema de saúde e político (direitos humanos). Isso evidencia o forte impacto do evento disruptivo sobre a vida familiar com custos para a sociedade e demandas para o sistema de saúde e previdência social. Os resultados, discutidos com base na literatura especializada, apontam para a necessidade de maiores informações em termos de saúde, orientações do cuidado e do autocuidado.