Trabalhadoras rurais e empoderamento: relações conjugais e convívio familiar de mulheres líderes de sindicato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nascimento, Telma Regina Batista lattes
Orientador(a): Costa, Lívia Alessandra Fialho da lattes
Banca de defesa: Santos, Valdineia Oliveira dos lattes, Marques, Zoraya M. O., Fortes, Isaura Santana lattes, Carrera, Gilca Oliveira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/4409
Resumo: A tese parte da autobiografia enquanto possibilidade de estabelecer a relação retroalimentadora entre a dimensão pessoal e a dimensão epistemológica própria da problemática que envolveu esta pesquisa, traduzida pela experiência das trabalhadoras rurais que, ao circularem e produzirem saberes no plano da vida pública do Sindicato dos Trabalhadores e Agricultores Familiares de Serrinha (Sintraf), se constituíram na ‘luta’. Luta de onde emergiu saberes e formas de empoderamento que nos instigaram a investigar em que medida eles tocaram as relações sexo/gênero na família no âmbito do contrato de casamento/conjugalidade. Aspecto de onde decorreram as questões norteadoras da investigação: Que traço poderia considerar como empoderamento ou não das trabalhadoras rurais à frente da gestão do Sintraf Serrinha? E, em existindo tais traços, quais os saberes a eles implicados? Quais as condições para que esses saberes tenham colaborado ou não para o empoderamento dessas trabalhadoras no âmbito do contrato de casamento/conjugalidade? Tais questões encontraram esteio no seguinte objetivo: Desenvolver um estudo acerca dos saberes relacionados ao possível empoderamento das trabalhadoras rurais na gestão do Sintraf Serrinha, analisando como se configuraram as divisões de poder na esfera do privado e investigando se esses saberes colaboraram ou não para o empoderamento dessas trabalhadoras no âmbito do contrato de casamento/conjugalidade. No intuito de circunscrever teoricamente tal fenômeno, buscamos uma abordagem interdisciplinar acerca do Território do Sisal/município de Serrinha-Ba e dos processos público-privados implicados aos saberes e empoderamentos conquistados pelas trabalhadoras rurais. Para tanto, recorremos a autores como como Freire (1987), Pateman (1993), Batliwala (1997), León (2001) Paludo (2001), Humberto Nascimento (2003), Patel (2005), Telma Nascimento (2009), Coelho Neto (2013) entre outras/os. Do ponto de vista metodológico, optamos pela abordagem qualitativa, pesquisa de campo com inspiração na etnopesquisa, utilizando como instrumento de coleta/colheita de informações o questionário e a entrevista semiestruturada. E, com base nos achados da pesquisa, defendemos a tese de que o empoderamento conquistado por essas mulheres no espaço público do Sintraf Serrinha se replicou no espaço privado da família e do contrato de casamento/conjugalidade. Esse empoderamento trouxe em si o conteúdo absolutamente revolucionário dos conhecimentos/saberes. Foi através dos conhecimentos/saberes que essas mulheres se reconheceram na sua identidade de gênero, de agricultora familiar e de sujeitas de direitos. Foi através dos conhecimentos/saberes que elas partiram individual e coletivamente para lutar contra a violência doméstica e por políticas públicas para saúde. Foi através dos conhecimentos/saberes que elas afirmaram no seio da família, o seu direito individual e coletivo de ocupar e expandir suas aptidões políticas no espaço público.