Família, cuidado e educação de filhos: concepções e práticas de mães inseridas e não inseridas no mercado de trabalho – estudo de casos múltiplos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fontoura, Clarissa Santos lattes
Orientador(a): Moreira, Lúcia Vaz de Campos lattes
Banca de defesa: Alcântara, Miriã Alves Ramos de lattes, Gomes, Celma Borges
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/123456730/215
Resumo: O trabalho remunerado feminino tem causado impacto nas famílias e no cuidado dos filhos. Diante disso, a presente dissertação de mestrado objetiva a conhecer as concepções e práticas de mães de crianças (com idades entre dois e cinco anos) sobre família, cuidado e educação de filhos, comparando as visões das que trabalham com as das que não estão inseridas no mercado de trabalho. Optou-se por estudo qualitativo. Foram entrevistadas 10 mães de classe média: cinco delas inseridas no mercado de trabalho e as outras cinco não. As mães foram acessadas em clínica pediátrica de Salvador-Ba. Para a coleta de dados foi construído um roteiro de entrevista com questões predominantemente abertas. Como procedimentos, a mestranda convidou mães de crianças atendidas na referida clínica a participarem da pesquisa considerando os critérios de inclusão. As mães assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram entrevistadas em local de conveniência para elas. Tais entrevistas foram gravadas e transcritas. As respostas obtidas foram descritas e construiram-se categorias apartir delas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade Climério de Oliveira (COM/UFBA). Os principais resultados foram: a família foi concebida como base de tudo e sentido da vida das mães. A maternidade foi considerada tarefa positiva, mas complexa, envolvendo responsabilidade e amor incondicional. As concepções de educação envolveram principalmente a orientação/ensino, o estabelecimento de limites e a transmissão de valores. Verificou-se sobrecarga de atribuições conferidas às mães acerca dos trabalhos domésticos e os direcionados à educação e cuidados dos filhos. No entanto, constatou-se que mães que trabalham contam com rede maior de apoio no cuidado e educação dos filhos, incluindo familiares e não familiares predominantemente do sexo feminino. Conforme as entrevistadas, suas famílias educam as crianças estabelecendo limites e transmitindo valores e orientações. Parece haver um consenso entre as participantes dos dois grupos de que há um maior tempo de dedicação aos filhos por parte das mães que não trabalham. Também ficou evidente a necessidade de se considerar a qualidade do tempo disponível, não apenas a quantidade. Conclui-se que a maternidade é central na vida dessas mulheres. Mesmo mais sobrecarregadas, as que trabalham contam com rede de apoio nos cuidados dos filhos e apresentam satisfação pessoal e profissional proporcionada pelo trabalho. As que não trabalham reconhecem a importância da presença delas junto aos filhos, porém, por vezes, sentem-se com muitas demandas familiares e desejavam um tempo para suprir suas necessidades pessoais e profissionais, aspirando retornar ao mercado de trabalho. Aponta-se para a necessidade de estudos futuros aprofundando a complexidade da relação família e trabalho.