O mito familiar da Igreja Universal do Reino de Deus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sá, José Felipe Rodriguez de lattes
Orientador(a): Rabinovich, Elaine Pedreira lattes
Banca de defesa: Franco, Aicil, Santos, Deyse Luciano de Jesus, Costa, Lívia Alessandra Fialho da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/422
Resumo: A segunda década do terceiro milênio chega ao fim e, com ela, um cenário político conservador. No Brasil, o poder da bancada BBB (Bala, Boi e Bíblia) no Congresso e a popularidade do presidenciável Jair Bolsonaro atestam isso. Esse cenário é resultado, em parte, da crescente influência das igrejas pentecostais e neopentecostais na arena política, havendo, em geral, uma convergência entre as posições ideológicas dos evangélicos e seus valores familiares. Para compreender esse fenômeno, fez-se um estudo de caso do mito familiar de uma denominação neopentecostal em particular: a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o maior fenômeno religioso do Brasil dos últimos 30 anos, tomando-se como objeto de estudo a literatura produzida sobre e por seu líder e por membros de sua família. Os marcos teóricos do estudo foram: o pensamento do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, criador da psicologia analítica e a sociologia do neopentecostalimo brasileiro. A mitologia familiar IURDiana foi compreendida principalmente a partir do estudo sobre o mito familiar IURDiano, dividida em: o mito do herói, o mito do Eterno Feminino e o mito familiar propriamente dito, um construto teórico ainda pouco explorado na comunidade Junguiana. Outros intérpretes do mito também foram incluídos: Simone de Beauvoir, Joseph Campbell, Mircea Eliade e James Hillman. Apresentou-se um breve histórico sobre as três ondas do pentecostalismo no país e da trajetória da IURD, desde a sua fundação à inauguração do Templo de Salomão. A análise centrou-se nos perfis do homem, da mulher e da família de Deus idealizados por Edir Macedo. Foram apontadas como características da teologia IURDiana: a submissão da mulher, o domínio da razão sobre emoção, o fomento à prosperidade material e a luta constante contra outros credos, havendo evidências de que o mito familiar da Igreja Universal seja uma adaptação pós-moderna da “família tradicional” brasileira. Esta seria uma família patriarcal, cuja configuração coloca o mito pessoal do pai como o mito central da família. Esse modelo de família tradicional ajudaria as fiéis da IURD a recuperarem a unidade familiar e serem valorizadas frente a situações de exclusão econômica e social. As posturas contraditórias dos pastores, obreiros e até do próprio Bispo perante o seu mito familiar também foram discutidas.