O Programa Bolsa Família, a moralização da pobreza no Brasil e a mulher beneficiária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cunha, Ana Cláudia Gusmão lattes
Orientador(a): Ivo, Anete Brito Leal lattes
Banca de defesa: Lepikson, Maria de Fátima Pessôa, Macedo, Márcia dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Políticas Sociais e Cidadania
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/361
Resumo: Este trabalho analisa o significado sociopolítico da moralização da família em situação de pobreza, com base nos fundamentos do Programa Bolsa Família (PBF), e as repercussões desse processo sob uma perspectiva de gênero. Desenvolvida em três partes, a dissertação inicia-se com a depuração conceitual da noção de moralização, assim como de sua correlação com as duas matrizes de justiça social: uma relativa à distribuição da renda na superação das desigualdades sociais e da pobreza e a outra resultante do reconhecimento das mulheres como titulares da renda transferida às famílias. O primeiro capítulo apresenta o processo de constituição e a estrutura de uma política moralizadora da pobreza no Brasil, com base no desdobramento de duas teses que lhe servem de substrato: a do imposto de renda negativo e a teoria do capital humano. No segundo capítulo, as peculiaridades do Programa constituem objeto privilegiado. Nele, consideram-se as políticas públicas como dispositivos que contêm e criam espaços de subjetivação junto aos beneficiários, com base em técnicas de controle voltadas às famílias pobres que pleiteiam ajuda estatal pró-subsistência. Na terceira parte, examina-se como tal dispositivo de política pública de combate à pobreza incorpora e institucionaliza padrões de gênero que acabam por reforçar a associação da mulher ao exercício do tradicional papel maternal, como expressão de sua responsabilidade moral e pública.