Situações familiares na obesidade exógena infantil do filho único

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santos, Letícia Ribeiro da Cruz lattes
Orientador(a): Rabinovich, Elaine Pedreira lattes
Banca de defesa: Alves, Crésio de Aragão Dantas lattes, Cerveny, Ceneide Maria de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica do Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1486
Resumo: A obesidade tem crescido em todo o mundo, manifestando-se em todas as idades e grupos socioeconômicos, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a reconhecer a obesidade infantil como um dos mais relevantes problemas de saúde pública. As consequências da obesidade no século XXI podem assumir um grande impacto na auto-estima das crianças, e graves riscos na sua saúde física e mental. Este é um trabalho qualitativo elaborado com o objetivo de aprofundar a compreensão da dinâmica familiar de filhos únicos obesos na infância. Oito famílias participaram do estudo: quatro crianças (dois meninos e duas meninas) representaram os grupos sócio educacionais alto e baixo. Crianças selecionadas pertencentes a faixa etária entre 7 e 10 anos com avaliação nutricional para obesidade: IMC acima do percentil 97. Para tanto, foram utilizados os seguintes instrumentos no domicílio: entrevista semi-estruturada com os pais; e com todo familiar: aplicação do teste projetivo Scenotest e avaliação nutricional. A análise apoiou-se na teoria das configurações vinculares (Berenstein e Puget). Os resultados apontaram para dinâmicas familiares envolvendo contextos abrangentes de natureza social, cultural e histórica da sociedade, que parecem favorecer ambas as condições: a obesidade infantil e a de filho unigênito. A situação familiar contemporânea, com ênfase no individualismo, influencia para que elementos sociais tornem-se prevalentes em nível familiar e íntimo. Dessa forma, a criança pode vir a encontrar, logo ao nascer, condições propiciadoras para que a vinculação básica com a figura materna não se processe de modo pleno, ocasionando deslocamento de parte do que não recebe para a satisfação no alimento. Além disto, a cultura do consumo interfere no modo e tipo de alimentação oferecida, de ludicidade e de sociabilidade infantil; assim como, ao estreitamento das possibilidades vinculares: intrapessoais, interpessoais, transpessoais, acresce-se o fato de não ter irmãos. Nessa perspectiva esse estudo mostrou que: se nem todo filho único é obeso e se nem todo obeso é filho único; essa condição pode ser facilitadora da primeira, na medida em que a situação sócio-cultural-histórica da sociedade de consumo hipermoderna, parece direcionar na família, ambas as condições.