Poético, afetivo e semiótico: o significado de quintal em narrativas de duas gerações de famílias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Reis, Wanderlene Cardozo Ferreira lattes
Orientador(a): Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt lattes
Banca de defesa: Marsico, Giuseppina, Santos, José Eduardo Ferreira, Rabinovich, Elaine Pedreira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/123456730/145
Resumo: Alguns aspectos justificam a necessidade de se estudar a permanência de quintais nas grandes cidades: a) os quintais remanescentes constituem recursos icônicos e simbólicos importantes para socialização e transmissão de cultura para as famílias e seus descendentes; portanto, são ambientes de desenvolvimento; b) os quintais poderão ser a chave de acesso a um conhecimento mais profundo da vida dos sujeitos, resgatando memórias relevantes num mundo cada vez mais superficial, automatizado e sem afeição; e c) pelas lacunas observadas nos estudos que tratam sobre este tema, quanto ao foco sobre a subjetividade. Assim, o presente trabalho teve como objetivo, investigar os significados atribuídos aos quintais em narrativas de diferentes gerações de famílias residentes em áreas urbanas no século XXI, na cidade de Salvador, Bahia. O presente estudo classifica-se claramente como uma abordagem etnográfica e autoetnográfica. Nos processos simbólicos, destacaram-se as diferentes formas pelas quais a pessoa se identifica com o seu entorno, valoriza e preserva o lugar, mediante processos afetivos que estão relacionados à atração pelo lugar, - o quanto este é “afetivado” e lhe proporciona bem estar pessoal. O quintal é composto e modelado por seus moradores com base nos significados por estes atribuídos ao lugar. Portanto, é um microssistema construído pelas pessoas que vivem nele. Trata-se de um espaço cultural que depende das avaliações, primeiramente afetivas e depois cognitivas, pois parece estar associado, na perspectiva dos participantes, ao desejo de liberdade, de solidariedade e de amor. O cuidado com o quintal e o sentimento a este dispensado estiveram presentes em todas as faixas etárias estudadas, o que constitui uma descoberta importante. Diferentemente dos quintais agroflorestais, estudados por diversos autores apresentados, os quintais urbanos contribuem muito pouco para a alimentação dos membros das famílias. Contudo, esse processo não se refletiu no desuso do mesmo, visto que outros significados semióticos, de caráter mais afetivo, possibilitaram que o mesmo passasse a se constituir como “espaço biográfico”.