São Francisco do Conde e o enigma da riqueza e pobreza no Recôncavo baiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santana, Jaciara de lattes
Orientador(a): Silva, Sylvio Carlos Bandeira de Mello e lattes
Banca de defesa: Castro, Mary Garcia, Carvalho, Silvana Sá de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/123456730/247
Resumo: Esta dissertação constitui-se numa busca de entendimento do enigma da pobreza versus riqueza nos territórios de alto dinamismo econômico da Bahia, a saber, o Recôncavo e Região Metropolitana de Salvador. Neste contexto, propôs-se ao objetivo de analisar as transformações socioeconômicas, ocorridas no território de São Francisco do Conde em decorrência da implantação da Petrobrás (RLAN-Refinaria Landulpho Alves) e como isso tem reflexos nas discussões sobre riqueza e pobreza no município, no período entre 1950 a 2010. Partiu-se do pressuposto que o desenvolvimento resulta de formas de organização sócio territorial; por esta razão centrou-se a análise nas complexidades instituídas na territorialização petrolífera, local de um município com uma riqueza potencial (o petróleo) e que convive com indicadores sociais baixos em relação a outros municípios com arrecadações inferiores. Optou-se pelo estudo de caso como metodologia por consistir num estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Para analise de dados foi necessário associá-los às informações pesquisadas junto aos órgãos governamentais e à população local, visitas de observação, realização de entrevistas e aplicação de questionários com agentes sociais, econômicos e institucionais. A atividade petrolífera desenvolvida no território franciscano gera riqueza e renda, porém não garante empregos para os residentes; é preciso desmistificar a idéia de crescimento associada aos grandes empreendimentos e também como agentes exclusivos do desenvolvimento, eles aumentam os indicadores econômicos, entretanto não refletem desenvolvimento com clareza. Desta forma o que se tentou demonstrar nesta pesquisa é que não há uma relação entre a riqueza e desenvolvimento social local e disto resulta que, embora São Francisco do Conde disponha de recursos financeiros abrangentes, a demonstrada incapacidade administrativa institucional associada à desarticulação dos agentes sociais locais, cuja lógica privilegia aqueles que não necessitam, acabam favorecendo o clientelismo e assistencialismo. Ao mesmo tempo, a gestão desta riqueza, tem sido impeditiva para que São Francisco do Conde seja um município rico e seu povo desfrute equitativamente da territorialização desta riqueza como fomentadora do desenvolvimento social. A refinaria trouxe o crescimento (progresso), entretanto mantém a população local afastada do processo de desenvolvimento.