(Re)reconstruindo laços e projetos: mulheres usuárias de crack, relações familiares e vulnerabilidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gimba, Marcelo de Freitas lattes
Orientador(a): Cavalcanti, Vanessa Ribeiro Simon lattes
Banca de defesa: Moreira, Lúcia Vaz de Campos, Petrini, Giancarlo, Gomes, Carlos Alberto Costa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Salvador
Programa de Pós-Graduação: Família na Sociedade Contemporânea
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://ri.ucsal.br/handle/123456730/166
Resumo: Inserido na linha de pesquisa Família e Sociedade, este trabalho versa sobre o uso de crack por mulheres na contemporaneidade. O recorte histórico-geográfico está matizado pelo ano de 2013 com residentes na Região Metropolitana de Salvador, Bahia. Através de aproximação qualitativa com base em entrevistas em profundidade. Sabe-se que as vulnerabilidades são agravadas com este elemento (uso de crack) e interfere de forma significativa nas relações familiares e sociais, incidindo diretamente nas relações intergeracionais e projetos de vida. Mães-filhas que, por influência da droga, deixam de ter capacidade para serem cuidadoras e mantenedoras; filhos e filhas que não conhecem pais/mães e pouco convivem com suas progenitoras; avós que avocam as atividades de cuidar, prover e proteger os netos. Ademais, assumem as responsabilidades dessas usuárias, quando não as colocam para fora de casa diante ao desespero de terem seus bens dilapidados e a integridade física ameaçada. Ainda, por causa da pedra, essas mulheres, submetem-se a venda do corpo que, na vivência do crack, tem uma característica própria e cometem alguns crimes, tais como abortos e pequenos furtos. Isto posto, esta dissertação de mestrado tem como objetivo analisar as relações familiares pertinentes e suas vulnerabilidades. Foi elaborado por meio de revisão historiográfica e de pesquisa de campo em dois Centros de Tratamento para Dependentes Químicos, na região metropolitana de Salvador, e participaram das entrevistas: dois profissionais que trabalham com dependentes químicos e cinco usuárias de crack, de classes média e alta. Como instrumentos da pesquisa foram utilizados dois tipos de questionários, um para os profissionais e outro para as usuárias de crack, construídos especificamente para este trabalho, com escopo de analisar a farmacologia do crack e sua manifestação no organismo da mulher, as violências sofridas e estigmas, as relações familiares e políticas públicas desenvolvidas para esse grupo peculiar. Os principais resultados revelam que essas mulheres estão mais sujeitas às doenças sexualmente transmissíveis (DSTS/AIDS), à gestação indesejada ou não planejadas, às violências físicas e morais, à práticas de delitos, a terem seus corpos transformados em moeda de troca, à impossibilidade de criar vínculos trabalhistas, à ruptura dos laços familiares do que as mulheres não usuárias de crack.