A REPRESENTAÇÃO DISCURSIVA DA IRMANDADE NA FRONTEIRA JAGUARÃO/RIO BRANCO: UM (DES)ENCONTRO DE VOZES
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Letras BR Ucpel Doutorado em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/196 |
Resumo: | Historicamente, a região de fronteira Brasil/Uruguai foi marcada por fortes conflitos entre portugueses e espanhóis, que lutavam pela ocupação do território. Esses conflitos acabaram por dividir territorialmente e culturalmente os dois povos ibéricos envolvidos. A partir deste cenário de disputa, vivenciado nos séculos XVIII e XIX, esta pesquisa ganha contornos no que diz respeito aos processos identitários e a suposta relação de irmandade vivenciada pelos moradores da fronteira Jaguarão/Rio Branco do século XXI. O estudo foi realizado em Jaguarão, cidade localizada no sul do Rio Grande do Sul, que faz fronteira com o município de Rio Branco, no Uruguai. Pela proximidade geográfica e cultural entre os dois municípios fronteiriços, esta pesquisa investigará a representação da irmandade na voz do jaguarense na relação com o rio-branquense, objetivo geral da tese. Esse objetivo se desdobra em dois objetivos específicos. O primeiro é analisar vozes sociais/discursivas que apontem para a integração entre jaguarenses e rio-branquenses. O segundo objetivo é verificar no discurso dos jaguarenses como se dá a marcação da diferença em relação ao povo uruguaio. O tipo de pesquisa, de caráter interdisciplinar, é de base qualitativa e foi elaborada em duas etapas. Na primeira etapa, foram entrevistados, na modalidade pergunta-resposta, sete sujeitos. A segunda consistiu em duas entrevistas de profundidade, com dois sujeitos do sexo masculino, participantes das entrevistas da primeira fase. As entrevistas em profundidade foram efetuadas com base nos pressupostos de Gaskell e Bauer (2002), e o material de investigação foi analisado pelo viés dos estudos e à luz da perspectiva de Bakhtin e seu Círculo, particularmente nos seguintes eixos, constitutivos da linguagem: plurilinguismo linguístico, compreensão responsiva e acento de valor. Para a análise, as entrevistas foram divididas nos seguintes nichos: fronteira e legislação; língua, música, comida, moda, festa e nacionalidade. Com o auxílio do suporte teórico, verificamos que os enunciados dos pesquisados dialogam com outros enunciados, e o imbricamento da diferença e da integração (re)constrói constantemente suas identidades, sustenta e questiona a irmandade. Os estudos identitários, pelo olhar de diferentes autores, auxiliaram na percepção da mobilidade e da fluidez que perpassam as vozes da fronteira. Os estudos do Círculo de Bakhtin permitiram que verificássemos que a tensão, orquestrada pelas diferentes vozes sociais/discursivas que compreendem o espaço em estudo, atravessa os discursos dos pesquisados. A análise do material apontou que a irmandade na fronteira estudada é permeada por constante tensionamento, produzindo discursos que agregam a resistência e a integração entre rio-branquenses e jaguarenses |