Trauma na infância, resiliência e transtorno de humor em adultos jovens: um estudo de base populacional
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Saude Comportamento |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/852 |
Resumo: | O trauma na infância é uma experiência complexa que pode se caracterizar tanto por abuso (emocional, físico e sexual) quanto por negligência (emocional e física). Exposição a situações traumáticas durante a infância pode estar associada ao desenvolvimento ou precipitação da expressão do transtorno de humor. Além disso, embora o trauma na infância possa ter um efeito significativo sobre a saúde mental, também é observado que algumas pessoas que sofreram trauma na infância permanecem em boa saúde mental durante a vida adulta. Essas pessoas são definidas como resilientes. No entanto, a literatura carece de estudos que envolvam esses fatores, especialmente envolvendo o transtorno bipolar subliminar. Dessa forma, o objetivo desta tese foi avaliar o trauma infantil em indivíduos com expressão subliminar do transtorno bipolar, bem como, examinar se a resiliência poderia atenuar o risco do desenvolvimento do transtorno de humor e sintomas depressivos associado a trauma na infância em uma amostra comunitária de adultos jovens da cidade de Pelotas/RS. Trata-se de um estudo transversal correspondente a segunda fase de um estudo de coorte realizado com adultos jovens. A presença de transtornos de humor foi verificada por meio da Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI-Plus). As vivências traumáticas foram avaliadas através do Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) e a resiliência pela Resilience Scale (RS-25). Além disso, os sintomas depressivos foram avaliados através da escala Montgomery Asberg Depression Rating Scale (MADRS). O primeiro estudo buscou avaliar o trauma na infância em adultos jovens com transtorno bipolar subliminar (SBP), em comparação com transtorno bipolar (TB) e controles populacionais (PC). Os resultados demonstraram que exceto o abuso sexual, todos os subtipos de trauma na infância permaneceram associados ao grupo PC vs. TB. Além disso, quando comparamos os grupos SPB e TB, foi encontrada diferença significativa apenas para abuso emocional. Não foram encontradas diferenças significativas em relação ao trauma na infância entre os grupos SBP e PC após o ajuste para fatores de confusão. O segundo estudo buscou avaliar o efeito da mediação da resiliência na relação entre trauma na infância e transtornos do humor, bem como a gravidade dos sintomas depressivos em uma amostra populacional. Os resultados demonstraram que todos os tipos de trauma foram associados ao transtorno depressivo maior (TDM) e ao TB, no entanto, apenas o abuso físico e emocional diferenciou o TB dos indivíduos com TDM. As análises de mediação aprimoradas por bootstrapping indicaram que a resiliência mediou parcialmente a associação de trauma na infância ao transtorno de humor, bem como, transtorno de humor e a gravidade da depressão. Dessa forma, a presente tese demonstra a importante relação entre o trauma na infância e transtorno de humor, bem como o papel mediador da resiliência nesta associação, mostrando ainda que a resiliência pode atenuar o impacto do trauma na infância nos sintomas depressivos |