Prevalência de infecção urinária em pacientes em uso de cateter vesical de demora internados em Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ALMEIDA, Roberta Braga de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude
Brasil
UCPel
Mestrado Profissional em Saúde do Ciclo Vital
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/877
Resumo: Introdução: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde são reconhecidas como o evento adverso mais frequentemente relacionado aos cuidados em saúde. Dentre elas, destacase a infecção do trato urinário (ITU), representando aproximadamente 30% das notificações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à sua relação com a cateterização vesical, porém com grande potencial preventivo. Esta infecção afeta qualquer parte do sistema urinário, incluindo uretra, bexiga, ureteres e rins e pode causar sequelas graves, incluindo recorrências frequentes, pielonefrite com sepse, dano renal e complicações causadas pelo uso constante ou repetitivo de antimicrobianos. Objetivo: Avaliar a prevalência de ITU no setor de UTI de um hospital localizado no sul do Brasil, além da sua associação com variáveis sociodemográficas e de saúde, incluindo aquelas relacionadas com a utilização de cateter vesical. Métodos: Estudo analítico, retrospectivo, transversal, incluindo pacientes adultos internados na UTI do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas, no ano de 2019. A coleta de dados ocorreu por meio da revisão dos prontuários médicos do Serviço de Arquivo Médico e Estatístico. O desfecho foi a presença de ITU, identificada quando amostras encaminhadas para urocultura apresentaram crescimento microbiano igual ou acima de 105 UFC/mL de urina cultivada. Análises estatísticas foram realizadas no SPSS 22.0®. Realizou-se análise descritiva da amostra, segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde. Teste Qui-quadrado e Teste T foram realizados para avaliar a relação entre ocorrência de ITU e variáveis de exposição. Também calculou-se a prevalência das principais bactérias encontradas nas uroculturas e os principais antibióticos utilizados no tratamento. Resultados: Foram identificados 140 pacientes internados na UTI do hospital. A ocorrência de ITU foi observada em 62,9% dos pacientes internados. Indivíduos que desenvolveram ITU permaneceram com cateter vesical por um tempo superior (média de 18,35 dias) do aqueles que não desenvolveram (média de 7,02 dias) (p<0,001). A Klebsiela pneumoniae foi observada em 46,6% dos exames, seguido pela Acinetobacter baumanii (28,4%) e Escherichia Coli (18,2%). Os principais antibióticos de escolha no tratamento foram meropenem, piperacilina + tazobactan e polimixina B (33,0%). Conclusão: Três a cada cinco pacientes internados em UTI desenvolveram ITU e esta, associou-se com o tempo de permanência com cateter vesical. Estes achados permitem contribuir na formulação de novas estratégias de intervenção, principalmente com foco na 7 atualização das práticas assistenciais e na educação continuada dos profissionais de saúde objetivando a redução da prevalência desta infecção.