Docência negra em Pelotas: um constante reinterpretar de silêncios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pereira, Olga Maria Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Catolica de Pelotas
Social
BR
Ucpel
Mestrado em Política Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/376
Resumo: Esta tese visa desvelar, com base nas vozes presentes no discurso dos docentes negros em Instituições de Ensino da cidade de Pelotas-RS, as estratégias a que recorre o discurso do silenciamento que persiste em defender a ideia de haver uma igualdade de condições entre as pessoas independentemente da cor da pele. As análises dessas percepções têm como base relatos de experiências vivenciadas por professores negros no âmbito institucional e social de Pelotas. Para tanto, enviamos eletronicamente um questionário a dezesseis professores negros de diversas redes de ensino (municipal, estadual, federal e particular) composto por seis perguntas abertas, a partir das quais tecemos algumas reflexões sobre as vozes desses atores quanto ao discurso do silenciamento que tenta, porém, sem êxito, invisibilizar o seu papel como sujeito negro, cidadão e professor no exercício do magistério.A pesquisa, através do discurso desses professores, visa trazer contribuições para uma análise mais crítica em relação a algumas posturas que, de forma humilhante e depreciativa, continuam povoando o imaginário de algumas instituições e da própria sociedade pelotense em relação aos negros e negras que aqui exercem seu papel de docentes. O propósito maior do trabalho é trazer contribuições para um novo olhar sobre o preconceito racial na cidade de Pelotas, bem como demonstrar como esses docentes estão reagindo para quebrar esse silêncio que persiste em submetê-los a situações embaraçosas. Teoricamente, a pesquisa se sustenta sobretudo nos conceitos de exotopia e alteridade de Mikhail Bakhtin, pertinentes para refletir sobre o distanciamento não indiferente, mas necessário, do pesquisador diante do objeto pesquisado e da percepção e do respeito pelo outro tão necessários para a construção de um nós e para o entendimento a respeito de como o discurso do sujeito reflete sua posição social. A fim de compreendermos os processos identitários construídos de modo a criar o silenciamento do negro em nossa sociedade, utilizamos propostas de Stuart Hall e Zygmunt Bauman, que nos falam sobre a fragmentação e o conflito das identidades, e Munanga, que rediscute o porquê de os negros serem considerados incapazes de construir identidades verdadeiramente mobilizadoras