O sentido produzido sobre a agroecologia pelas mulheres: vivências e existências em Arroio Grande
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Politica Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/943 |
Resumo: | A proposta desta tese é conhecer quais os sentidos produzidos pelas mulheres que atuam na feira de Agricultura Familiar de Arroio Grande-RS sobre agroecologia. Para tanto foi acessado o pensamento decolonial enquanto possibilidade: primeiro, de compreensão das amarras estabelecidas pelo sistema colonial/capitalista/moderno e, segundo, de contribuição com a desconstrução da hegemonia na compreensão da questão social, de forma especial na América Latina. A compreensão sobre colonialidade também assume importância à medida que propõe pensar o sistema colonial como um modo de exploração aplicado na América Latina e impõe um projeto de civismo eurocentrado, constituído pela via do poder, saber, ser e gênero. É nesse cenário que as relações agrícolas brasileiras se fundam na perspectiva global e visam atender às demandas do mercado internacional, tendo em vista a industrialização da agricultura. A industrialização, para além de atividade econômica, é um mecanismo que atravessa a forma como as pessoas que vivem no espaço rural conduzem as suas vidas, pois interfere de maneira direta no seu relacionamento com a natureza, uma vez que esta também é explorada e danificada. Diante do exposto, ao olharmos o lugar social ocupado pela mulher rural, observando a intersecção de desafios que se colocam sobre o seu corpo, o gênero também é uma via da colonialidade e condiciona a mulher à função restrita da reprodução, caracterizando o seu labor como um processo não monetarizado de ajuda por estar atrelado ao âmbito doméstico. A agroecologia se coloca como um modo de vida que envolve a prática agrícola atuando nas dimensões científica, sociopolítica, cultural, alimentar, ambiental e econômica. Portanto, um dispositivo de resistência às opressões mencionadas. O lócus de pesquisa é composto pelas mulheres que atuam na Feira de Agricultura Familiar do município, sendo que estas em sua totalidade são assentadas. Entender que cada família atuante da feira produz vida de uma maneira singular, apesar de estarem engajadas em instâncias coletivas é fundamental. Nesse sentido, quanto à metodologia, optou-se pela abordagem qualitativa e modo cartográfico, pois se entendem as possibilidades, enquanto potência, para aproximar-se por meio da implicação nas complexidades presentes nas expressões que atravessam a vida das mulheres que vivem a experiência da agroecologia. Na perspectiva de lançar-se às descobertas da produção de sentidos pelas mulheres sobre agroecologia, buscou-se estabelecer processos de aproximação por meio da observação e diálogos em entrevistas semiestruturadas, visitas às feiras e aos lotes. Ao reconhecer as possibilidades e os desafios que cercam a prática agroecológica e a pluralidade expressa em cada família e território. O pressuposto se confirma no sentido de apontar a agroecologia como linha de fuga para as expressões de gênero no cenário rural, mas diante dessa realidade estudada, a relação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tem influência importante sobre os deslocamentos nas relações de gênero. |