Currículo em ação e a temática religiosa na educação infantil : a voz das crianças
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Carlos
Câmpus São Carlos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufscar.br/handle/20.500.14289/7046 |
Resumo: | Este estudo discute o currículo em ação na Educação Infantil buscando conhecer como se configuram nele as manifestações de religião/religiosidade a partir das expressões das crianças. Diversidade e laicidade imbricam-se na discussão que traz questões ligadas ao respeito às diferenças e que foram então discutidas a partir do multiculturalismo crítico e da perspectiva inter/multicultural no entendimento da religião/religiosidade como parte da cultura e da relevância do diálogo. Como parte dos objetivos, intencionamos conhecer como as crianças expressam-se sobre a temática, a fim de contribuir para ampliar o conhecimento sobre as relações entre currículo e cultura na Educação Infantil. A questão direcionadora da pesquisa concretizou-se em “Como as crianças expressam-se, no currículo em ação, sobre religião/religiosidade?”. Dessa forma, caracterizouse como pesquisa de tipo etnográfico, desenvolvida a partir das observações, na sala de aula e em outros espaços da escola, de uma turma composta de 15 crianças de 5 a 6 anos de um Centro Municipal de Educação Infantil, durante um semestre letivo, totalizando 36 dias de observação. Como resultados, observamos que a religião/religiosidade apresenta-se no currículo em ação com grande força e frequentemente, tendo havido 33, dos 36 dias, em que foi notada. No contexto pesquisado, apontamos para o desconhecimento da religião/religiosidade das crianças por parte da escola, que tem entendido não se poder tocar no assunto, invisibilizando outras formas de religião/religiosidade que sejam desviantes do padrão monocultural cristão católico, e ainda exotizando-as. Como contraponto, as crianças trazem para o currículo as suas vivências, ocorrendo manifestações de religião/religiosidade em repetidos momentos, contrariando a proibição de se falar sobre o assunto na escola. Com isso, há a emissão de um importante recado para a formação de professores e desenvolvimento de políticas públicas que demandam a conversão dos espaços educativos em favorecedores do debate e não do proselitismo. Há que se levar em conta que religião/religiosidade estão no currículo em ação com intensidade e que, se a temática é trazida para a escola, então faz parte do currículo. Trabalhá-la é parte dos desafios conflituosos a serem enfrentados a partir de uma perspectiva que reconheça a multiculturalidade presente na sociedade e que promova o diálogo intercultural, considerando que é importante propiciar que as crianças digam sua palavra, e que esta seja ouvida e incorporada como conteúdo curricular. Sugerimos, assim, que elas possam falar com suas vozes, e que não se exija que a religião/religiosidade fique na porta da escola, mas que o diálogo entre as diferenças promova aprendizagens. Tal só será possível se a voz das crianças for efetivamente ouvida. |