Itu, a vila do açúcar: espaço urbano, cultura material e vida cotidiana (1780 a 1830)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Carlos
Câmpus Sorocaba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGGeo-So
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufscar.br/handle/20.500.14289/14840 |
Resumo: | A dissertação configura-se como um estudo de caso sob a perspectiva da geografia histórica, que busca a compreensão espaço social da vila de Itu, num recorte temporal que compreende o período que vai de 1780 a 1830, onde por conta de uma combinação de fatores internos e também externos, a monocultura canavieira teve um aumento considerável em sua produção na localidade, tornando a vila de Itu a maior unidade produtora paulista ao final da segunda metade do século XVIII, com números de produção muito acima das demais vilas da capitania. Assim, a partir deste recorte a pesquisa visou analisar a formação espacial da cidade de Itu, e.g., como o plano urbano da vila teve seus padrões alterados, moradias assobradadas foram construídas, melhoramentos no espaço público tornaram-se visíveis e novas perspectivas e realidades começaram a se projetar na vida de seus habitantes, entendidos como aqueles indivíduos identificados a partir dos maços da população existentes compulsados, um crescimento significativo em seu número e expresso nos inúmeros elementos que compunham a cultura material local. Para tanto, o estudo pretérito da vila de Itu só se torna possível a partir do arcabouço teórico metodológico da geografia histórica que, tendo por base sua interdisciplinaridade, forneceu o ferramental adequado e necessário neste estudo onde espaço e tempo interagem. Fontes primárias como inventários, maços da população da vila, atas da câmara, relatórios do arquivo histórico ultramarino, mapas, iconografia e relatos de viajantes são utilizados em conjunto com fontes secundárias, como “A lavoura canavieira em São Paulo” de Petrone e são capazes de elucidar consideravelmente este espaço pretérito, suprindo lacunas e possibilitando a identificação dos mais diversos fatores que em conjunto conformaram a vila do açúcar. Os dados obtidos pela pesquisa apontaram para novos elementos culturais inseridos na localidade, exercendo influências e sendo fator determinante das mais diversas transformações por que passou a vila de Itu, implicando na relevância para a compreensão do espaço do entendimento das camadas sociais que interagem e nas quais, a partir da figura central dos senhores proprietários de engenho foi possível interpretar o organismo social e as classes que gravitavam ao redor dessas figuras dominantes, com as quais escravos, agregados, comerciantes, tropeiros guardavam uma relação de dependência. Como conclusões possíveis levantadas observou-se que as estruturas de poder da sociedade ituana estabeleceram a hierarquia e delimitaram padrões e símbolos de seus membros, os quais se identificavam enquanto comunidade através dos usos, costumes, bens materiais, ou mesmo pelas vestimentas, permitindo um entendimento mais amplo de uma sociedade que se formou a partir de uma economia agrícola de regime escravista, e estas configurações encontradas no passado se refletiriam até os dias atuais, seja na formação social ou mesmo na apropriação dos espaços da cidade que possuem significativas heranças desse período. |