Avaliação da função pulmonar de escolares na Cidade de Cubatão-SP e sua relação com a qualidade do ar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Senigalia , Alan lattes
Orientador(a): Braga, Alfésio Luís Ferreira lattes
Banca de defesa: Braga , Alfésio Luís Ferreira, Pereira, Luiz Alberto Amador, Montanha, Dionize
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7162
Resumo: Esta dissertação teve como objeto avaliar a influência da exposição a poluição atmosférica na função pulmonar de 78 escolares asmáticos e não asmáticos na cidade de Cubatão através de um estudo de painel, com avaliação longitudinal 9 meses da exposição aos poluentes do ar e seus efeitos sobre a função respiratória de crianças com e sem asma, entre 5 e 15 anos, residentes em Cubatão. Foram avaliados e admitidos pacientes com diagnóstico de asma e encaminhados pelo médico pneumologista do Centro de Especialidades Pediátricas (CEP) da cidade de Cubatão ¿SP. Os pacientes não asmáticos foram avaliados e selecionados na Unidade Municipal de Ensino Padre José de Anchieta. Os dados foram obtidos através de espirometrias mensais, avaliação nutricional, questionário autoaplicável do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) e do questionário de controle da Asma - Childhood Asthma Control Test (C-ACT). As informações sobre a qualidade do ar foram obtidas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Modelos de equações para estimativas generalizadas foram adotados para a análise dos efeitos da variação da exposição à poluição atmosférica sobre a função respiratória, controlados para temperatura e umidade. Resultados: Na espirometria, o principal parâmetro para caracterização de obstrução brônquica é VEF1/CVF. No grupo de asmáticos observa-se que com o aumento de 14,40 ¿g/m3 de PM10 ocorreu redução significativa deste parâmetro no dia, no primeiro, terceiro, quarto e sétimo dia após a exposição (lag 0 -44,02% (IC 95%: -2,94; -85,10); lag 1 -49,46% (IC 95%: -15,36; -83,57); lag 3 -47,22% (IC 95%: -18,14; -76,30); lag 4 -54,75% (IC 95%: -22,09; -87,41); lag 7 -49,05% (IC 95%: -12,75; -85,36)). Já nos não asmáticos, observa-se redução significativa no segundo dia após a exposição -1,30% (IC 95%: -0,35; -2,25). O aumento de 5,75 ¿g/m3 de SO2 esteve associado com a redução de VEF1/CVF de 27,81% (IC 95%: -12,93; -42,68) no dia, de 38,76% (IC 95%: -16,16; -61,37) no segundo dia, de 24,47% (IC 95%: -3,45; -45,49) no terceiro dia, -24,7% (IC 95%: -6,39; -43,04) no quarto dia, e de 33,92% (IC 95%: -8,64; -59,21) no sétimo dia após a exposição. Com aumento de 25,25 ¿g/m3 de NO2 observa-se redução de 69,28% (IC 95%: -11,01; -127,55) no lag 2 e de 93,04% (IC 95%: -19,44; -166,65) no lag 7. O aumento de 43,25 ¿g/m3 de O3 esteve associado com a redução significativa de VEF1/CVF no dia e nos sete dias subsequentes a exposição ((lag 0 -132,17% (IC 95%: -49,02; -215,33); lag 1 -106,59% (IC 95%: -21,48; -191,71); lag 2 -133,76% (IC 95%: -41,94; -225,58); lag 3 -126,31% (IC 95%: -66,94; -185,68); lag 4 -108,21% (IC 95%: -51,07; -165,36); lag 5 -160,65% (IC 95%: -28,44; -292,86); lag 6 -137,66% (IC 95%: -39,41; -235,92); lag 7 -162,58% (IC 95%: -92,22; -232,94)). Também mostrou redução significativa em FEF 25-75% no dia, no primeiro, terceiro quarto, quinto, sexto e sétimo dias subsequentes a exposição ((lag 0 -676,13% (IC 95%:-257,48; -1094,79); lag 1 -836,01% (IC 95%: -378,88; -1293,14);lag 3 -843,73% (IC 95%: -493,38; -1194,09); lag 4 -769,60% (IC 95%: -451,82; -1087,38); lag 5 -1450,66% (IC 95%: -2221,49; -679,83); lag 6 -1032,79% (IC 95%: -613,41; -1452,18); lag 7 -684,11% (IC 95%: -320,62; -1047,59)). Concluirmos que mesmo com níveis de poluição atmosférica considerados dentro dos padrões de qualidade estabelecidos para o Estado de São Paulo, pessoas vulneráveis como as crianças com asma apresentaram diminuição da função pulmonar com a exposição aos poluentes, houve uma correlação entre a exposição à poluição do ar e decréscimo de função pulmonar verificada na espirometria em crianças asmáticas e não asmáticas na cidade e uma forte associação entre as emissões de O3 e queda do percentual predito de VF1/CVF e FEF 25-75% de crianças e adolescentes com asma.