O professor de educação física e o currículo paulista : entre a lógica de controle e possibilidades humanizadoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martini, Thábata Persinotti lattes
Orientador(a): Pinto, Alexandre Saul lattes
Banca de defesa: Abdalla, Maria de Fátima Barbosa, Aguiar, Denise Regina da Costa, Franco, Maria Amélia Santoro, Prodócimo, Elaine
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Educação
Departamento: Centro de Ciências da Educação e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7930
Resumo: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é uma política nacional de currículo, aprovada em 2017, e que vem sendo apresentada à sociedade por seus adeptos e simpatizantes como uma proposta essencial para amenizar as desigualdades educacionais e melhorar a qualidade da educação brasileira, gerando efeitos positivos no mercado de trabalho e nos níveis de produtividade do país. Porém, de acordo com análises e estudos recentes, referendados por entidades nacionais da área da Educação, tais como ANPEd, ANFOPE e CNTE, que congregam importantes coletivos de educadores e pesquisadores, a BNCC representa um obstáculo à efetivação do direito à educação, à autonomia das escolas e dos professores, e à ampliação de conhecimentos significativos e que permitam superar dificuldades presentes na multiplicidade de contextos que coexistem na realidade brasileira. Em São Paulo, a leitura dos textos que compõem a política nomeada como “Currículo Paulista”, permite inferir que tal proposta é amplamente aderente aos princípios e à lógica da BNCC. Com esse pressuposto, a presente pesquisa objetiva compreender como as concepções de educação subjacentes à essa política de currículo, assim como as habilidades e competências definidas para o Currículo de Educação Física, no “Currículo Paulista”, limitam ou potencializam o desenvolvimento desse componente curricular diante dos desafios concretos da escola pública e da comunidade escolar, em uma perspectiva crítico-libertadora. Para isso, será realizada uma análise qualitativa de documentos oficiais e institucionais, bem como de percepções e práticas de professores que vêm desenvolvendo seus trabalhos sob a égide do “Currículo Paulista”, tendo como fundamento teórico-metodológico a inspiração do materialismo-dialético. De acordo com autores como Michael Apple e Henry Giroux, o currículo é uma grande força de reprodução social, contudo, dialeticamente, ele também é espaço de resistência e transformação, daí que seja imprescindível, nessa investigação, analisar as tendências emancipatórias que se pode entrever na prática de docentes de educação física, da Baixada Santista, mesmo em momentos de restrição de liberdade e precarização da profissão. A pedagogia de Paulo Freire será utilizada como referência central para compreender e interpretar os dados produzidos e anunciar possibilidades humanizadoras de educação. Para tanto, foi feito um ciclo de debates com os PCNPs de Educação Física das Diretorias de Ensino de Santos e São Vicente, além de uma questionário pré-estruturado encaminhado para os professores da rede estadual. Os resultados demonstram como as políticas curriculares atuais impregnam a prática pedagógica de pressupostos e valores neoliberais, mas, também, evidenciam possibilidades de resistência no “chão da quadra”, por parte de professores e coordenadores de Educação Física que “ousam” dialogar com a comunidade escolar e mudar suas práticas, trazendo à tona discussões relevantes para os campos do currículo e da formação docente. Essa pesquisa possui relevância para os campos do Currículo e da Formação de Professores, pois discute elementos cruciais para políticas educacionais comprometidas com uma qualidade socialmente referenciada, e problematiza a noção de “currículo único”, que vigora em diferentes estados e municípios brasileiros em articulação com a BNCC.