Estudo ecológico dos efeitos da poluição atmosférica sobre os moradores da cidade de Santos e a modificação de efeito produzida pela faixa etária e local de moradia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Valdilene Silva de lattes
Orientador(a): Braga, Alfésio Luís Ferreira lattes
Banca de defesa: Braga, Alfésio Luís Ferreira, Martins , Lourdes Conceição, Farhat, Sylvia Costa Lima
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Saúde Coletiva
Departamento: Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://tede.unisantos.br/handle/tede/7122
Resumo: O estudo analisou o efeito da poluição atmosférica sobre os moradores da cidade de Santos e a modificação de efeito produzida pela faixa etária e local de moradia entre os anos de 2012 a 2018. As faixas etárias analisadas foram divididas em: crianças (0 a 2 anos), crianças (3 a 9 anos), Jovens (10 a 19 anos), adultos jovens (20 a 35 anos), adultos (36 a 65 anos) e idosos (maiores de 66 anos) e a localização da moradia foi trabalhada na município todo, e uma divisão em 2 zonas: zona 1 (zona noroeste, morros e centro) e zona 2 (zona leste). O poluente selecionado para análise foi o PM10, por tal análise estar presente nas duas estações de monitoramento existentes na cidade, suas concentrações foram extraídas de relatórios da CETESB, com medidas diárias. Durante os 6 anos de estudo as médias de PM10 estiveram dentro do padrão de qualidade BOM, mas chegando em vários momentos no nível MODERADO. Também foram aferidas as medidas de temperatura e umidade e ambas apresentaram-se próximas das médias na região. Para identificação da modificação de efeito dados de internações por todas as Doenças Cardiovasculares, Doenças Isquêmicas do Coração, Insuficiência Cardíaca, todas as Doenças Respiratórias, Pneumonias e DPOC foram baixados do DATASUS. A relação entre os desfechos e os poluentes atmosféricos foi investigada através de modelos lineares generalizados de regressão de Poisson, específicos por grupos de doença. A relação não linear, entre a sazonalidade de longa duração e os atendimentos de pronto-socorro serão controladas através de funções de alisamento semiparamétricas. E foram utilizadas diferentes abordagens para definir a melhor forma de capturar os efeitos da temperatura e umidade sobre as doenças cardiovasculares. Foram realizadas 28.731 internações, sendo 51,20% por doenças cardiovasculares e 48,80% por doenças respiratórias. Observou-se que para cada aumento de um interquartil (22¿g/m3) no nível de PM10 acarretou um acréscimo de 19,9% (IC95%: 4,3; 37,8) e 8,7% (IC95%:1,5; 20,0) nas internações por doenças respiratórias totais em adolescentes e adultos moradores da zona 1, respectivamente. Para as internações por doenças cardiovasculares totais observou-se que para cada aumento de um interquartil (22¿g/m3) no nível de PM10 ocorreu um acréscimo nas internações de 40,3% (IC95%: 7,9; 82,5) para adultos jovens, e 4,0%(IC95%: 3,8; 4,2) para adultos, moradores na zona 2. Na zona 1 foi observado um aumento de 1,4%(1,2-1,6) em adultos e 2,6% (IC95%; 2,5; 2,8) em idosos. Não foi estabelecido um padrão claro de modificação do efeito que possa ser atribuído à zona de moradia. Ocorre um efeito inédito: Tanto no município, quanto nas zonas 1 e 2 os adultos sofrem maior ação da exposição dos poluentes do que crianças e jovens sendo a ausência de estações de monitoramento na Zona Noroeste, Morros e Centro, um fator que não permite saber diretamente o valor dos poluentes em dispersão no ar atmosférico, porém as áreas estão em direção da pluma de dispersão na região do Porto o que indica a presença de tais substâncias.