Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Matos, Janara de Camargo
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Orientador(a): |
Martins, Lourdes Conceição
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Banca de defesa: |
Martins, Lourdes Conceição,
Braga, Alfésio Luís Ferreira,
Uemura, Michele Leiko,
Pereira, Luiz Alberto Amador,
Campina , Nilva Nunes |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://tede.unisantos.br/handle/tede/5202
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Resumo: |
A relação entre a exposição aos poluentes atmosféricos e doenças respiratórias vem sendo estudada em diversas partes do mundo, sendo declarada uma forte preocupação da saúde pública. Processos industriais, queima de biomassa e atividades portuárias contribuem para aumento das taxas médias dos poluentes do ar, influenciando na saúde das populações que residem nestas áreas. Os estudos sobre a saúde de moradores de áreas portuárias ainda são escassos no Brasil e no mundo. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de sintomas respiratórios autorreferidos, de asma e rinite, em moradores adultos e idosos de dois bairros do município de Santos (SP), com características diferentes de fontes emissoras, e sua relação com os poluentes atmosféricos PM10, NO2 e O3, temperatura e umidade. Foi um estudo de corte transversal de base populacional, conduzido por meio de inquérito domiciliar, com uso de questionário biodemográfico, elaborado pela autora, e o questionário validado ECRHS (Europen Community Respiratory Health Survey). Os participantes do estudo foram os adultos (entre 15 e 59 anos) e idosos (acima de 59 anos), moradores dos bairros Boqueirão e Ponta da Praia. Participaram da pesquisa 328 indivíduos, 220 adultos e 108 idosos distribuídos igualmente entre os bairros. A análise estatística incluiu as análises descritivas de todas as variáveis, os testes de associação e a análise de regressão logística. A amostra (n=328) apresentou prevalência de não fumantes, etnia branca, com renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos, ensino médio completo e que residiam entre 1 e 5 anos no mesmo local. Na maior parte das moradias haviam cortinas, poeira, pó, mofo e animais como cães e gatos. Entre os adultos, predominaram homens brancos, com média de idade maior no Boqueirão 37,5±11,0 anos, bem como o tempo de moradia no local, 12,6±12,0 anos. As prevalências de asma (16,4%) e rinite (30,0%) foram maiores nos moradores adultos da Ponta da Praia e os fatores de risco associados a asma foram o bairro de moradia (OR=2,90; IC95%: 1,13-7,44), ter animais de estimação com pelos (OR=2,93; IC95%: 1,14-7,53) e ter familiares asmáticos (OR=3,84; IC95%: 1,50-9,86). Apenas o O3 associou-se com o aumento das chances de asma (OR=6,81; IC95%: 1,96-23,62). Entre os idosos, predominaram mulheres brancas, com média de idade maior no Boqueirão 71,2±8,4 anos, bem como o tempo de moradia no local, 31,0± 22,0 anos. As prevalências de asma (22,2%) e rinite (18,5%) foram maiores nos moradores idosos do Boqueirão e os fatores de risco associados a asma (OR=3,30; IC95%: 1,02-11,03) e rinite (OR=5,23; IC95%: 1,07-25,54) foram o bairro de moradia e ter familiares asmáticos (OR=2,49; IC95%: 0,84-7,63). Nenhum poluente mostrou-se associado ao aumento das chances de asma e rinite. As concentrações médias diárias e mensais dos poluentes do ar foram maiores na Ponta da Praia, bem como a velocidade dos ventos. Não houve tendência de conglomerado dos casos, segundo o georreferenciamento. Conclui-se que morar na área portuária, durante a idade adulta, aumenta as chances de aparecimento de sintomas de asma, no entanto a elaboração de estratégias de monitoramento da concentração de poluentes e da saúde da população, bem como a implantação de tecnologias de prevenção da poluição no porto seriam substanciais para melhoria da qualidade de vida de todos os moradores e para a sustentabilidade das operações portuárias. |