Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Muhle, Carina Barboza
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Orientador(a): |
Bicca-marques, Júlio César
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Zoologia
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Departamento: |
Faculdade de Biociências
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/173
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Resumo: |
Este estudo visou identificar as estratégias adaptativas utilizadas por um grupo de bugios-pretos (Alouatta caraya) residente em um bosque com 0,3 há, dominado por eucaliptos em Tupanciretã, RS, Brasil. O grupo de estudo, composto por cinco indivíduos (um macho adulto, uma fêmea adulta, um macho subadulto, um macho juvenil e um macho infante), foi observado durante 830 horas entre setembro de 2006 e agosto de 2007 (cinco dias/mês). Um total de 9968 registros comportamentais foi obtido pelo método de varredura instantânea. A disponibilidade de alimento foi estimada através de levantamento fenológico mensal de todas as árvores do bosque (367 indivíduos distribuídos em 10 espécies). O descanso foi o comportamento mais freqüente (65% dos registros), seguido pela alimentação (19%), locomoção (12%) e comportamento social (3%). A dieta foi composta basicamente por folhas (85% dos registros de alimentação) e complementada por flores (11%), frutos e cascas (2% cada) e ovos de galinha (<1%). Dezessete espécies vegetais (arbóreas, arbustivas, epífitas e parasitas) foram utilizadas como fonte de alimento. Parapiptadenia rigida, Melia azedarach e Eucalyptus sp. foram responsáveis por >90% da dieta. O principal modo de locomoção empregado foi a caminhada (32% dos registros de locomoção), seguida pela escalada (23%), descida e ponte (17% cada). Os animais utilizaram todo o pomar além de áreas arborizadas e pomares próximos, totalizando uma área de vida com 1,3 ha. O percurso diário variou de 113 a 540 m (média ± d.p.=272 ± 99 m, N=52). As principais evidências da adaptabilidade de A. caraya ao bosque relacionam-se à composição de sua dieta. O grupo de estudo utilizou uma dieta altamente folívora composta por um pequeno número de espécies, incluindo exóticas, e consumiu ovos de galinha, item desconhecido para a dieta de bugios. Apesar de sua capacidade de adaptação às condições do bosque, a sobrevivência a longo prazo desta população é pouco provável. |