Realidade e ficção no Big Brother e no CQC : a promessa de transparência hiper-realista versus o encobrimento irônico e sedutor do real

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Polydoro, Felipe lattes
Orientador(a): Silva, Juremir Machado da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/4420
Resumo: A realidade tornou-se tema central de uma série de produtos midiáticos contemporâneos. Em variados meios (cinema, televisão, literatura, mídia impressa), alastram-se objetos que exploram a fronteira entre o real e a ficção e que atendem a um anseio por signos da realidade vivida. Neste trabalho, analisamos dois programas de televisão que refletem o fenômeno citado: o humorístico Custe o Que Custar (CQC) e o reality show Big Brother Brasil. A base para esta análise é a teoria de Jean Baudrillard, que diagnostica o desaparecimento da noção moderna de realidade e sua substituição pela hiper-realidade, em um tempo marcado pela simulação e o simulacro, ao qual só é possível contrapor um pensamento irônico e paradoxal. Em linha com a concepção de Baudrillard e de Nietzsche de que a noção de realidade não é dada, mas varia historicamente, este trabalho traz, no referencial teórico, uma genealogia do real, que se inicia em Platão, passa pelo pensamento moderno de Descartes, Berkeley e Kant, modifica-se novamente em Nietzsche, até chegar a Baudrillard. A aplicação da teoria deste último na análise dos objetos de pesquisa, visando a identificar a forma como os programas abordam o real e o que estes revelam sobre a noção contemporânea de realidade, levou à observação da presença de um imaginário de simulação e de transparência na concepção de ambos, que contrasta com procedimentos voltados a ocultar e a ironizar o real por meio de um jogo irônico e sedutor de signos.