O problema da linguagem no sistema hegeliano : o paradoxo do absoluto incondicionado e exprimível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cossetin, Vânia Lisa Fischer lattes
Orientador(a): Luft, Eduardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2961
Resumo: A recusa hegeliana a todo Absoluto intuído ou posto irrefletidamente exigiu a elaboração de um sistema filosófico inteligível e discursivo do princípio ao fim. A idéia daí decorrente é que a possibilidade de inteligibilidade deste Absoluto é correlata à possibilidade de sua exposição. Ou seja, a necessidade a ele inerente, que precisa produzir o contingente exteriorizando-se e ao mesmo tempo liberar-se dele para alcançar a sua plena identidade consigo mesmo, provando a independência deste contingente, tem na linguagem o seu elemento mediador. Assim, a linguagem assume, na filosofia hegeliana, o papel inequívoco de mediadora entre o sensível e o inteligível, no sentido de liberar o sistema das determinações exteriores e contingentes que ainda o condicionam: na Antropologia, pela voz, o homem diferencia-se de seu ser animal; na Psicologia, pela representação, especialmente pelo signo lingüístico, a inteligência ascende ao pensamento onde não mantém mais nenhuma dependência do mundo de objetos e lida apenas com suas próprias determinações; e, na Fenomenologia, a linguagem reverte a crença da consciência no acesso imediato e singularizado ao objeto, conduzindo-a até o Saber Absoluto. O resultado disso é que, na Lógica, a pressuposição lingüística das categorias da qual ela parte e a linguagem finita pela qual ela se expõe, precisam ser superadas devido à incondicionalidade do pensamento puro. Eis a dualidade, aparentemente insuperável, entre pensamento e linguagem: como é possível um pensamento, ao mesmo tempo, absoluto e exprimível, se o pensamento só pode alcançar absolutidade liberando-se dessa linguagem finita, marcada por traços inelimináveis de contingência? Vê-se, então, um Hegel dividido: de um lado, assumindo uma linguagem finita como necessária ao pleno desenvolvimento e exposição do sistema do pensamento puro e, de outro lado, exigindo apriorismo do pensamento puro, logo, tendo que abandonar esta suposta condicionalidade lingüística