Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Mastroberti, Paula
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Orientador(a): |
Aguiar, Vera Teixeira de
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1859
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Resumo: |
Este trabalho parte da concepção do livro como objeto de função estética e comunicativa, signo que indica seu conteúdo e que chama a atenção sobre si mesmo enquanto suporte, com potencial para ser reconhecido como objeto de arte. Para isso, a autora recorreu às categorias classificatórias da função estética e artística na localização do livro como objeto estético de Gérard Genette, aos escritos de Paul Valéry e às reflexões de designers como Richard Hendel e Guto Lins, entre outros. Em seguida, analisou os discursos verbais e visuais da edição Peter Pan publicada pela Editora Moderna, Selo Salamandra, em 2006, dentro de uma concepção que prevê a sua integração em um composto híbrido e sinfônico, cujas diretrizes foram desenvolvidas a partir das categorias de análise do discurso conforme Genette, estabelecendo paralelos e inter-relações comportamentais entre a voz visual e a voz verbal. Depois, penetrou nos seus elementos semióticos, aos quais denominou melódicos, demonstrando a correspondência sígnica e transcriativa de uma linguagem para outra, inspirada sobretudo em Julio Plaza, no iconologista Otto Pächt e no psicólogo cognitivo Rudolf Arnheim. Recolheu uma amostra iconográfica histórica para exemplificar o comportamento das diversas ressignificações visuais e o modo como elas influenciam no e são influenciadas pelo percurso diacrônico das edições da obra de James M. Barrie. A análise estendeu-se aos discursos em seu comportamento integrativo dentro de uma concepção de sinfonia maestrada pelo projeto gráfico; foram incluídos comentários sobre a tradução de Ana Maria Machado, porque considerados parte constitutiva do discurso híbrido apresentado na edição em pauta. A autora também se ocupou do potencial receptivo do objeto-livro, a partir da configuração de um receptor presente em sua capacidade cognitivo-intelectiva e cognitivo-sentimental, a partir de uma reflexão de Gaston Bachelard sobre a apropriação dinâmica ressonante e repercutiva da arte pelo sujeito. Buscando amparo teórico em Edgar Morin, da sociologia, e António Damásio, da neurologia, em contraponto à estética da recepção, de Wolfang Iser e Hans Robert Jauss, apresentados junto à hermenêutica da arte conforme Otto Pächt, localizou no corpus seu potencial perceptivo sentimental e intelectivo. Aqui, foram úteis as categorias de contraponto desenvolvidas pelas pesquisadoras Maria Nikolajeva e Carole Scott para o modo como os discursos gráficovisuais e verbais se interrelacionam e se oferecem à recepção. Com base nesse levantamento, a autora simulou um leitor-modelo no ato de manipulação e leitura das páginas do livro. Suas considerações finais, longe de se mostrarem conclusivas, entendem essa dissertação como provocativa a novos questionamentos. Sobretudo, no que tange a interação não apenas intelectual, mas emo-afetiva com o objeto estético, prevê-se o prosseguimento em direção a uma pesquisa empírica, a fim de constatar como se dão de fato as interações do receptor com a edição analisada. Por fim, as referências visuais necessárias anexadas atuam como exemplo e amostra onde devem repousar os conceitos levantados, deixando-se ressaltar em seu comportamento apelativo e qualidades gráfico-visuais significativas, ao mesmo tempo em que contextualiza o corpus selecionado. |