Relação entre hiper-reatividade brônquica e sibilância em escolares de Uruguaiana, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva, Emerson Rodrigues da lattes
Orientador(a): Stein, Renato Tetelbom lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança
Departamento: Faculdade de Medicina
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1306
Resumo: Introdução: estudos epidemiológicos têm auxiliado no entendimento dos diferentes fenótipos clínicos de sibilância. Apesar de ser de amplo conhecimento que a asma é altamente prevalente em várias regiões brasileiras, existem poucos estudos buscando o entendimento dos mecanismos associados com a sua expressão clínica. Hiper-reatividade brônquica e atopia são marcadores importantes associados à asma em populações de países desenvolvidos. Em populações de baixa renda há poucos relatos descrevendo como ocorre a relação entre HRB, atopia e sibilância e também de que modo infecções comuns, como as parasitoses, estão associadas à HRB. Objetivos: verificar a associação entre hiper-reatividade brônquica e sibilância nos últimos doze meses em uma população de escolares na cidade de Uruguaiana/RS. Métodos: foi realizado teste de broncoprovocação com solução salina hipertônica (4,5%) e realizados testes de função pulmonar em cada um dos sujeitos, medindo a ocorrência de queda de 15% (definido como HRB positiva) na função pulmonar basal em dois grupos de escolares, divididos de acordo com a presença ou ausência de sibilância nos últimos doze meses. Outros fatores foram avaliados com o uso de questionários padronizados, com testes cutâneos para avaliação de atopia e testes parasitológicos em amostras de fezes. Resultados: 97 pacientes foram incluídos no estudo, sendo que 17 destes apresentaram queda maior que 15% nos valores do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1). Não houve diferença estatística significativa em relação à HRB entre os grupos de pacientes sibilantes e não-sibilantes (p=0,3) assim como atopia (p=0,2) e parasitose em geral (p=0,6). Escolares com alta carga de helmintos apresentaram risco cinco vezes maior de hiper-reatividade brônquica quando comparados às crianças não infectadas ou com níveis baixos de infecção (OR 5,0; IC95% 1,1-21,3). Infecção por Giardia lamblia mostrou ser marginalmente protetora de HRB (OR 0,8; IC95% 0,7-0,9)Conclusões: o estudo não detectou uma relação significativa ente HRB e sibilância atual na população testada. Este achado pode significar que a definição de sibilância através de questionário neste tipo de população talvez apresente baixa especificidade. Outra possibilidade é que sibilância nesta população poderia representar um fenótipo atenuado de doença, não ligado à HRB. A relação positiva entre alta carga de helmintos e HRB poderia explicar a sibilância entre estas crianças, por mecanismo não mediado por alergia. Parece haver um papel protetor da giardíase em relação à HRB.