História natural de uma taxocenose de squamata e redescrição de uma espécie de anuro no Escudo Sul-Riograndense, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Balestrin, Rafael Lucchesi lattes
Orientador(a): Fontoura, Nelson Ferreira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zoologia
Departamento: Faculdade de Biociências
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/175
Resumo: O presente estudo foi desenvolvido em uma área elevada do Escudo Sul-Riograndense localizada entre os Municípios de São Jerônimo e Barão do Triunfo e teve como objetivo descrever a composição, ciclos de atividade sazonal, padrões alimentares e reprodutivos de uma taxocenose de escamados. O período de amostragem ocorreu de abril de 2004 a abril de 2006, onde os escamados foram procurados ativamente na área (PV) e recolhidos por colaboradores residentes (CR). Considerando os dois métodos aplicados, foram amostradas três espécies de Amphisbaenidae, seis espécies de lagartos (Anguidae (1), Gymnophtalmidae (1), Scincidae (1) e Teiidae (3)) e 24 espécies de serpentes (Colubridae (20), Elapidae (1), Lepthotyphlopidae (1) e Viperidae (2)), totalizando 33,7 % da fauna de escamados do Rio Grande do Sul. Para as duas espécies mais freqüentes de Amphisbaenidae, Amphisbaena munoai e Anops kingii foi observado um padrão unimodal de distribuição sazonal, dimorfismo sexual no comprimento rostro cloacal (CRC) (fêmeas > machos, Teste-t p < 0,001) e um ciclo reprodutivo sazonal ocorrendo na primavera e verão. Ambas as espécies apresentaram diversas categorias alimentares na composição de suas dietas, entretanto térmites (Isoptera) parecem compor um elemento base. Dados reprodutivos foram analisados para as duas espécies mais freqüentes de lagartos, Cnemidophorus lacertoides e Cercosaura schreibersii, que apresentaram reprodução tipicamente sazonal ocorrendo na primavera e verão. Em ambas as espécies, fêmeas maduras apresentaram CRC significativamente maiores que machos (Teste t; p < 0,001). Por outro lado, machos maduros de ambas as espécies apresentaram comprimento e largura da cabeça (Ancova; p < 0,001) maiores do que fêmeas. Foram capturadas 325 serpentes, sendo as mais freqüentes: Bothrops pubescens (27,69%), Philodryas patagoniensis (12,31%), Philodryas olfersii (12%) e Tantilla melanocephala (8,62%), que juntas corresponderam a 60,62% do total da amostra. Utilizando-se apenas as serpentes capturadas por PV, pode-se observar correlação significativa entre a freqüência relativa de serpentes ativas/mês e a temperatura (Anova, p < 0,001) e, de caráter inverso, foi observada correlação significativa (Anova, p < 0,001) entre a freqüência relativa de serpentes capturadas abrigadas/mês e a temperatura. Foram obtidas informações sobre a dieta de 17 espécies e anfíbios anuros (incluindo girinos) foi o item alimentar mais utilizado. O período reprodutivo foi marcadamente sazonal ocorrendo na primavera e verão. Analisando a dieta das espécies de serpentes foi observado o primeiro registro de ofiofagia para Echinanthera occipitalis (= Taeniophallus occipitalis), que ingeriu um exemplar de Tantilla melanocephala. Por ocasião dos trabalhos de campo foi redescoberta a espécies de anfíbio anuro Melanophryniscus pachyrhynus conhecida até então por apenas dois síntipos coletados no sul do Brasil a cerca de 100 anos atrás. A espécie foi redescrita e teve sua distribuição geográfica ampliada.