Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Krug, Suzane Beatriz Frantz
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Orientador(a): |
Mendes, Jussara Maria Rosa
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
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Departamento: |
Faculdade de Serviço Social
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/497
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Resumo: |
No atual contexto mundial, permeado pelo avanço tecnológico e pelas constantes modificações estruturais que atravessam, especificamente o mundo do trabalho, são significativas as repercussões na ocorrência de patologias e acidentes de trabalho que acometem os trabalhadores. Esses compartilham um adoecer e morrer com o conjunto da população, caracterizado pelas patologias comuns, e ainda, um adoecer específico relacionado à sua atividade laboral. Nesse sentido, este estudo teve como propósito analisar e refletir sobre os fatores que contribuem para o sofrimento no trabalho, na perspectiva da construção social do adoecimento das trabalhadoras da saúde, a partir do processo de trabalho desenvolvido nos serviços públicos de saúde. A abordagem do trabalho da mulher e a saúde no trabalho conciliou análises que articularam o processo de trabalho em saúde e seus princípios organizativos no envolvimento do serviço público, sob uma perspectiva de gênero. Metodologicamente, os caminhos da investigação, no movimento dialético do ir e vir, seguiram a trajetória do estudo qualitativo, utilizando a entrevista com 17 trabalhadoras da saúde e os registros no diário de campo como instrumentos de coleta de dados. Utilizando-se da avaliação qualitativa, os dados foram analisados à luz do método de Análise de Conteúdo, através de análise temática. Do contato com as trabalhadoras, emergiram histórias diversas, mas ao mesmo tempo semelhantes, em espaços institucionais diferentes, demonstrando que o sofrimento no trabalho não é um estado explícito, de fácil identificação, que acaba se expressando de forma não verbal e não visível, traduzindo a invisibilidade social dessa situação. Nessa perspectiva, as situações de sofrimento e adoecimento vinculados ao trabalho foram expressas veladamente nas narrativas das trabalhadoras. Os fatores que levam ao sofrimento e adoecimento estiveram relacionados aos embates com o usuário no atendimento no serviço de saúde, à falta de cooperação e de reconhecimento no trabalho, entre os colegas e superiores hierárquicos, decorrente de uma estrutura organizacional pouco flexível e fragmentada em relação à divisão de tarefas, também às exigências incessantes por produtividade no trabalho em saúde, às interferências político-partidárias e às determinações administrativas. A adoção de estratégias defensivas para o enfrentamento do sofrimento é uma prática inerente ao trabalho em saúde, sem a percepção visível pelas trabalhadoras da utilização dessas estratégias. A lógica de relações entre gênero e trabalho demonstrou a existência de jeitos específicos para o trabalho em saúde, remetendo a um contexto de invisibilidade das situações discriminatórias, que acabam por mascarar uma realidade, não percebida pelas próprias mulheres. |