Motivação para a mudança de comportamento no jogo patológico : tradução, adaptação e validação da "University Rohde Island Change Assessment (URICA)"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Souza, Cristiane Cauduro de lattes
Orientador(a): Oliveira, Margareth da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Faculdade de Psicologia
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/681
Resumo: O Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento tem sido utilizado em vários transtornos dependentes como forma de compreender o processo de mudança. Este modelo está fundamentado na premissa de que a mudança do comportamento acontece ao longo de um processo, no qual as pessoas passam por diversos estágios de motivação para mudar: Pré-contemplação, Contemplação, Preparação, Ação e Manutenção. A University Rohde Island Change Assessment URICA é uma escala auto-aplicável que foi construída com o objetivo de identificar os estágios motivacionais e a prontidão para mudança em diversos comportamentos. O objetivo deste trabalho é descrever o processo de tradução, equivalência semântica e adaptação cultural da URICA, bem como identificar as evidências de validação desta escala entre jogadores patológicos. O questionário foi traduzido do original em inglês para o português, utilizando processo de tradução-retradução (inglês-português-inglês), seguido de avaliação de um comitê de especialistas (interjuízes) e aprovação de um dos autores da escala. Posteriormente, foram estudadas as propriedades psicométricas do instrumento em uma amostra de 69 sujeitos com diagnóstico de Jogo Patológico, segundo critérios diagnósticos do DSM-IV-TR. Os sujeitos foram avaliados em ambulatórios de atendimento em Porto Alegre e São Paulo, e grupos de jogadores anônimos, entre 2006 e 2008. Para o estudo de evidências de validação da URICA foram analisados os indicadores de consistência interna e validade convergente com a régua de prontidão (medida analógico-visual), além de instrumentos como: SOGS (South Oaks Gambling Screen), Inventário de Ansiedade de Beck - BAI e Inventário de Depressão de Beck - BDI. Houve necessidade de ajustes no vocabulário e em algumas questões optou-se pela inclusão de termos que se referem ao hábito de jogar, fazendo referência ao comportamento estudado e as particularidades desta amostra. Foi realizada análise descritiva interjuízes e observou-se uma concordância entre os juízes de 75%, adequada confiabilidade da URICA (\= 0,82) e a correlação significativa com régua de prontidão nos estágios de pré-contemplação (r= -0,305; p= 0,11) e ação (r=0,301; p=0,12). A amostra foi subdividida em dois grupos, conforme o regime de tratamento: grupo proveniente de ambulatórios especializados no tratamento de dependências e participantes do grupo de Jogadores Anônimos de Porto Alegre. O grupo ambulatório apresentou escore médio significativamente maior do que os Jogadores Anônimos (JA) tanto no estágio de Pré-contemplação (p=0, 005) quanto no estágio de manutenção (p= 0, 044). Quanto ao tempo de abstinência, o JA está associado a um tempo de abstinência superior a 180 dias enquanto que o grupo ambulatório está associado a um período de 30 a 180 dias nesta amostra. Considerando-se os pareceres dos juízes especialistas, construiu-se então a versão final da URICA- adaptação brasileira para jogo patológico que se mostrou um instrumento de fácil aplicação e com boa equivalência semântica. Além disto, a URICA - adaptação brasileira para jogo patológico mostrou ser útil e confiável para avaliação da motivação para mudança, considerando os estágios motivacionais e a prontidão para mudar entre os jogadores patológicos.