A frente de libertação de Moçambique e as conexões transnacionais da Guerra Fria : 1962-1969

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barbosa, Pedro Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Escola de Humanidades
Brasil
PUCRS
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10780
Resumo: A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) se movimentou de maneira ímpar pelo contexto internacional da Guerra Fria. Criada em 1962, ela reuniu desde sua formação moçambicanos de origens diversas, com diferentes projetos, ambições, e acesso a conexões transnacionais muito variadas. A unificação de agentes tão divergentes só foi possível após um choque entre suas perspectivas, o que envolveu uma rivalidade continental entre os projetos políticos da Tanganica e de Gana, que apadrinhavam esses moçambicanos em conflito. Finalmente estabelecida em Dar es Salaam em junho de 1962, a Frente passou a se projetar ao mundo. Entre 1962 e 1969 ela conseguiu o feito de tornar-se o único movimento anticolonial africano a receber apoio das três superpotências internacionais do período. Isso só foi possível a partir de caminhos tortuosos. Nos Estados Unidos, o presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane, recorreu a conexões antigas que possuía para conseguir suporte ao seu projeto humanitário, que se converteu na criação do Instituto Moçambique em 1963. Na União Soviética, Marcelino dos Santos, secretário das relações exteriores da FRELIMO, foi um importante porta-voz do movimento anticolonial moçambicano, que passou a receber um substancial apoio em armas vindo do leste europeu. Já na China, o vice-presidente Uria Simango se tornou um indivíduo respeitado nesse país asiático que logo enviou instrutores aos campos militares da FRELIMO, se tornando muito influente entre seus militantes. A Frente não passou impune por caminhos tão divergentes. Ao firmar bases sólidas para seu reconhecimento internacional, ela viu uma explosão de seus conflitos internos que quase levou à sua próprias extinção em 1969.