Uma análise da referência a gênero e sexualidade nos documentos institucionais vinculados ao Movimento Escoteiro - um breve estudo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nunes, Larissa de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Escola de Humanidades
Brasil
PUCRS
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/11490
Resumo: A dissertação em questão analisou referências acadêmicas e institucionais relacionadas aos temas de gênero, sexualidade, e coeducação dentro do Movimento Escoteiro. Utilizando uma abordagem de revisão da literatura a partir da seleção das referências supracitadas, a metodologia aplicada foi a análise documental, com o objetivo de examinar os documentos coletados. O estudo focou no posicionamento atual dos Escoteiros do Brasil relacionadas a homoafetividade e as identidades de gênero dos jovens participantes. As categorias de análise incluíram (I) identidade de gênero, (II) o papel da mulher no escotismo e (III) a coeducação no movimento escoteiro, buscando elucidar como o escotismo brasileiro tem abordado esses temas e suas implicações sócioeducacionais implicadas ao debate sobre gênero. A análise revelou que, apesar da adoção de políticas mais inclusivas pelo Movimento Escoteiro, como o uso do nome social e a promoção de um ambiente acolhedor para identidades de gênero diversas, a implementação dessas políticas enfrenta desafios consideráveis. A inclusão de jovens transgêneros e a valorização da diversidade de gênero são avanços importantes, mas a prática cotidiana ainda é marcada por resistências culturais. A categoria (I) identidade de gênero foi central na análise, destacando que, apesar dos progressos realizados, a igualdade de gênero continua sendo um desafio. A categoria (II) o papel da mulher no escotismo revelou complexidades e tensões dentro do movimento, especialmente em relação à inclusão de mulheres e jovens LGBTQIAPN+ no movimento escoteiro. Por sua vez, a categoria (III) coeducação, que permitiu a participação de meninas e mulheres no movimento, foi identificada como uma conquista histórica, mas também como uma área de tensões. Embora meninos e meninas participem das atividades juntos, a coeducação não conseguiu eliminar as barreiras que limitam o protagonismo feminino. Mulheres ainda enfrentam obstáculos significativos para assumir papéis de liderança e frequentemente se deparam com normas tradicionais de gênero. Em que pese, o escotismo esteja buscando uma adaptação às novas demandas sociais, foi evidenciado que a inclusão queer tende a se restringir a medidas superficiais, sem mudanças profundas nas práticas culturais e pedagógicas. A aceitação das subjetividades queer exige uma reestruturação do Movimento Escoteiro para garantir que as identidades LGBTQIAPN+ sejam efetivamente integradas e respeitadas. As análises sobre a evolução das práticas de coeducação e das políticas de inclusão LGBTQIAPN+ no escotismo mostram um movimento que, apesar dos avanços em direção à igualdade, ainda enfrenta barreiras culturais e estruturais. Para que o escotismo se torne um espaço verdadeiramente inclusivo e equitativo em termos de gênero, é necessária uma revisão contínua de suas práticas e um compromisso mais profundo com a desconstrução de normas tradicionais que perpetuam estereótipos de gênero. Conclui-se que o Movimento Escoteiro tem o potencial para se converter em um ambiente inclusivo e diverso, no entanto, a transformação cultural necessária para alcançar esse objetivo demanda esforços contínuos e estruturais. Quando a coeducação e a inclusão das subjetividades LGBTQIAPN+ são implementadas, o escotismo se potencializa para se tornar um modelo de educação voltado à diversidade e à igualdade de gênero, promovendo a formação de cidadãos mais conscientes e engajados.