A filosofia como exercício : Walter Benjamin e Theodor W. Adorno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Perius, Oneide
Orientador(a): Souza, Ricardo Timm de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2878
Resumo: Nossa tese pretende fazer uma defesa da concepção de filosofia como exercício a partir das obras de Walter Benjamin e Theodor W. Adorno. Para os referidos autores, esta concepção nasce desde uma profunda análise da lógica interna da exposição filosófica, sendo que os problemas filosóficos passam a ser vistos, em grande parte, como problemas da linguagem filosófica. Percebemos, desse modo, uma característica que atravessa a obra de âmbos autores: a unidade de conteúdo e forma. O exercício filosófico não se constitui no ato de dar novos conteúdos aos velhos paradigmas, mas sim, um exercício permanente de sua própria forma (conteúdo primeiro de tais modelos filosóficos). Dessa maneira, o estilo próprio do filosofar em Adorno ou em Benjamin não é meramente uma escolha subjetiva, mas é exigência posta pelo seu conteúdo próprio. No caso de Adorno predominam o ensaio e o aforismo. No caso de Benjamin, o tratado, a citação, mas também, o ensaio e o aforismo. Estes estilos, portanto, nascem da consciência radical de que a realidade não se deixa enquandrar completamente em um sistema de pensamento. Não se trata de reconciliar em sistemas de pensamento aquilo que permanecesse não reconciliado na realidade. E o ritmo intermitente do filosofar é a exposição de tais contradições. Não se trata, porém, de fazer a crítica aos modelos abstratos de pensamento em nome de uma adesão às coisas e aos fatos. É da saudável distância entre a realidade e o pensamento que depende a vida e o ritmo da filosofia. A exigência de filosofar desde o concreto e não simplesmente sobre ele vem, desse modo, acompamhada pela presença do elemento messiânico que ganha extraordinária força em nossos autores, força esta que alimenta modelos filosóficos que não se resignam ante uma realidade contraditória e não se atrofiam em apologias.