Rela??es entre autocompaix?o, bullying e clima escolar na adolesc?ncia
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul
Escola de Ci?ncias da Sa?de e da Vida Brasil PUCRS Programa de P?s-Gradua??o em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8961 |
Resumo: | A autocompaix?o ? definida como uma postura aberta e autodirigida, calorosa, n?o-avaliativa, diante de experi?ncias envolvendo fracassos e sofrimento. Uma postura compassiva pode permitir a abertura do sujeito ao pr?prio sofrimento, experimentando sentimentos de calor, cuidado e compreens?o consigo e em rela??o aos pr?prios erros e inadequa??es, reconhecendo que as experi?ncias passadas s?o inerentes ? experi?ncia humana. Embora j? exista um n?mero consider?vel de publica??es internacionais, no que tange ao contexto brasileiro, o campo da autocompaix?o ainda ? pouco explorado, especialmente na adolesc?ncia. Observa-se que a autocompaix?o pode ser uma estrat?gia de regula??o emocional interessante para os adolescentes, considerando as mudan?as previstas nesta fase do ciclo vital. Assim, o presente projeto investigou poss?veis rela??es entre autocompaix?o e experi?ncias de viol?ncia entre pares, especificamente o bullying, visto que a adolesc?ncia ? identificada na literatura como sendo o per?odo de maior ocorr?ncia deste fen?meno. Al?m disto, a autocompaix?o est? associada ao aumento da sensa??o de bem-estar e diminui??o do estresse, duas ?reas frequentemente impactadas pela experi?ncia de bullying. Acredita-se que a presen?a, em maior ou menor n?vel, de autocompaix?o e autocriticismo pode influenciar as percep??es de jovens, que experimentam o bullying (sendo v?timas ou agressores), sobre clima escolar, assim como sintomas de ansiedade e depress?o que estes podem experenciar. O objetivo deste estudo foi investigar se a autocompaix?o possui papel moderador na rela??o entre bullying, clima escolar, engajamento, ansiedade e depress?o. O delineamento foi quantitativo, transversal e explicativo. Participaram do estudo 688 adolescentes, sendo 55,7% do sexo feminino (N=382), com idades entre 12 e 18 anos (M =15,0; DP = 1,8), estudantes dos anos finais do ensino fundamental e ensino m?dio, de escolas p?blicas de Porto Alegre, Regi?o Metropolitana e Serra Ga?cha. Os instrumentos respondidos foram: Question?rio de Dados Sociodemogr?ficos, Escala de Autocompaix?o (SCS-A) ? Vers?o para adolescentes, Cuestionario Multimodal de Intera??o Escolar (CMIE-III, Brazilian School Climate Survey-Student (BSCS-S, Spence Children?s Anxiety Scale (SCAS) e Children?s Depression Inventory (CDI). Foram encontradas associa??es significativas e negativas entre a autocompaix?o e suas dimens?es, com papeis no bullying, como v?tima e v?tima extrema, al?m de vitimiza??o por bullying do tipo verbal e relacional. Al?m disso, foram encontradas associa??es positivas entre as subescalas do autocriticismo com os papeis de v?tima, vitimiza??o extrema, al?m de vitimiza??o do tipo verbal e relacional. Associa??es negativas entre autocompaix?o e sintomas de ansiedade e depress?o, n?veis de autocriticismo tamb?m foram encontradas. Ainda, foram identificadas associa??es positivas entre a autocompaix?o, e suas subescalas, com o papel de observador ativo no bullying, percep??o do clima escolar e engajamento na escola. Atrav?s da an?lise de modera??o, foi encontrado que a autocompaix?o modera a rela??o entre ser v?tima no bullying e sintomas depressivos, de forma a reduzir o desfecho. Entretanto, na rela??o entre ser agressor e depress?o, a autocompaix?o aumenta o desfecho. N?o foi encontrado efeito de modera??o da autocompaix?o na rela??o entre bullying e sintomas ansiosos. No entanto, o autocriticismo moderou a rela??o entre ser v?tima de bullying e percep??o do clima escolar, assim como a rela??o entre ser agressor e desfechos como percep??o do clima escolar e engajamento na escola. Estes achados demonstram haver diferen?as importantes na forma como a autocompaix?o afeta o adolescente, conforme o envolvimento do mesmo em situa??es de bullying. A autocompaix?o pode atuar como um fator protetivo para a v?tima, por?m pode n?o necessariamente representar prote??o para o agressor. Al?m disso, enquanto que para a v?tima o autocriticismo pode contribuir para que tenha uma vis?o mais negativa do ambiente escolar, no que se refere ao agressor, o autocriticismo pode auxili?-lo na redu??o de sintomas depressivos e aumentar o engajamento e percep??o positiva da escola. Diferen?as cognitivas e emocionais entre agressores e v?timas devem ser mais exploradas a fim de compreender o papel da autocompaix?o e do autocriticismo para estes indiv?duos. Os efeitos da autocompaixao e do autocriticismo na forma??o de identidade dos adolescentes e na qualidade dos seus relacionamentos interpessoais parecem estar relacionados a vari?veis individuais e culturais. Estudos que avaliem aspectos culturais s?o igualmente importantes. |