Esquizofrenia e avaliação psicológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Resende, Ana Cristina lattes
Orientador(a): Argimon, Irani Iracema de Lima lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Faculdade de Psicologia
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/686
Resumo: Esta tese de doutorado está organizada em três seções que têm como objetivo principal o estudo da esquizofrenia no âmbito da avaliação psicológica. A esquizofrenia continua a ser um desafio para os estudiosos por não ter causas precisamente conhecidas, por não ter sintomas patognomônicos, devido à sua heterogeneidade sintomatológica, intrincada detecção precoce e complexidade diagnóstica. A primeira seção constitui um artigo teórico sobre a esquizofrenia e a criatividade artística. O estudo foi baseado no levantamento da produção científica nas bases de dados Web of Science, PsycINFO e Medline, dos últimos dez anos, utilizando as palavras-chave Schizophrenia e Creativity. A maioria dos estudos aponta que o mais provável é que a vulnerabilidade para a esquizofrenia manifeste diferentes vantagens criativas por causa de suas possíveis características perceptuais, cognitivas e de personalidade. Contudo, a ideia de um único espectro de esquizofrenia para desencadear a criatividade artística também não é defensável. A segunda seção trata de um estudo de correlação entre as variáveis da técnica de Rorschach (Sistema Klopfer) e os grupos de sinais e sintomas da CID-10 para a esquizofrenia. Participaram desse estudo 80 pacientes com o diagnóstico de esquizofrenia pela CID-10, com recidiva da doença, internados em hospitais psiquiátricos de Goiânia. Observou-se que, dentre os 8 grupos de sinais e sintomas da CID-10 para esquizofrenia, 7 grupos tiveram correlações com variáveis distintas do Rorschach. Essas correlações integram dois tipos de conhecimentos que propiciam um trabalho mais integrado entre essas duas categorias de profissionais da saúde. A terceira seção, utilizando os mesmos dados dos sujeitos da segunda seção, analisou as diferenças entre os gêneros na esquizofrenia, no que diz respeito ao predomínio de grupos de sintomas da CID-10 e aos aspectos da personalidade avaliados pelo Rorschach. Os achados dessa investigação sustentam estudos anteriores que afirmam que as mulheres tendem a desenvolver uma forma mais benigna da doença. Considerou-se que as diferenças entre os gêneros na esquizofrenia devem ser estimadas durante as investigações psicológicas, como também deve constituir uma parte integrante do programa de tratamento de pessoas acometidas por essa doença. No geral, os três estudos pia tese realçam a importância de se identificar pessoas em risco ou com sintomas prodrômicos da esquizofrenia para que a doença não deteriore a capacidade dessas pessoas de terem uma vida digna, como também ampliaram a compreensão dos sinais observáveis na CID-10 com suas respectivas significações ou representações psicológicas no Rorschach, além de evidenciar a necessidade de se desenvolver atividades terapêuticas mais pertinentes não só para pacientes que apresentam grupos de sintomas diferenciados, mas, também, a necessidade de elaboração de estratégias de tratamento mais apropriadas para pacientes do sexo masculino e feminino.