Uso do canabidiol como protetor contra disfunções cognitivas associadas ao acúmulo de ferro cerebral em ratos Wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Fagherazzi, Elen Velho lattes
Orientador(a): Schröder, Nadja lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular
Departamento: Faculdade de Biociências
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/5408
Resumo: O canabidiol é o principal constituinte não-psicotrópico da Cannabis sativa e possui uma ampla variedade de efeitos farmacológicos, incluindo efeito anticonvulsivante, sedativo, hipnótico, antipsicótico, antiinflamatório e neuroprotetor como demonstrado em estudos clínicos e pré-clínicos. Muitas doenças neurodegenerativas envolvem déficits cognitivos e isto tem levado ao questionamento sobre a possibilidade de utilização do canabidiol no tratamento dos danos de memória associado a essas patologias. No presente trabalho utilizou-se um modelo animal de dano cognitivo induzido pela sobrecarga de ferro a fim de investigar os efeitos do canabidiol na disfunção de memória. Ratos Wistar machos receberam veículo ou 10.0 mg/kg Fe⁺² por via oral nos dias 12-14 pós-natal. Quando os animais completaram 2 meses de idade (idade adulta), receberam uma injeção intraperitonial aguda de veículo ou canabidiol (5.0 ou 10.0 mg/kg) imediatamente após a sessão de treino da tarefa de reconhecimento do objeto. Para investigar os efeitos do uso crônico de canabidiol os ratos tratados com ferro no período neonatal receberam injeções diárias intraperitoniais de canabidiol (5.0 ou 10.0 mg/kg) durante 14 dias. Vinte e quatro horas após a última injeção eles foram submetidos ao treino de reconhecimento de objeto. As sessões de teste de retenção foram realizadas 24 horas após o treino. Os resultados indicaram que os animais que receberam ferro no período neonatal apresentaram déficits severos de memória. Uma única injeção aguda de canabidiol na sua dose mais alta foi capaz de recuperar parcialmente a memória dos ratos tratados com ferro. O uso crônico de canabidiol melhorou a memória de reconhecimento dos ratos tratados com ferro de forma dose dependente. O uso agudo ou crônico de canabidiol não afeta a memória dos ratos controles. Os resultados do presente trabalho fornecem evidências que apontam para o uso do canabidiol no tratamento de déficit cognitivo associados às doenças neurodegenerativas. Investigações futuras, envolvendo ensaios clínicos seriam necessárias para determinar a utilidade deste fármaco no tratamento de seres humanos acometidos por doenças neurodegenerativas