Toxicidade aguda do inseticida fipronil para apis mellifera africanizada e scaptotrigona bipunctata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Fernanda Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul
Escola de Ci?ncias da Sa?de e da Vida
Brasil
PUCRS
Programa de P?s Gradua??o em Ecologia e Evolu??o da Biodiversidade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9976
Resumo: As abelhas constituem importante grupo de polinizadores, necess?rio para a manuten??o da biodiversidade. Suas popula??es est?o em decl?nio devido a a??es antr?picas, dentre as causastemos ouso de produtos qu?micos formulados em cultivos agr?colas. Atualmente, o fipronil est? entre os inseticidas mais comercializados no mundo, sendo que no Brasil comp?e 61 formula??es registradas e com uso autorizado em diversas culturas, a exemplo da soja. A aplica??o foliar do fipronil em planta??es pode expor abelhas forrageadoras a res?duos desses agrot?xicos gerando efeitos danosos a estes insetos n?o alvo, inclusive a morte de indiv?duos e col?nias inteiras. A ampla utiliza??o do fipronil em culturas agr?colas e sua associa??o, nos ?ltimos anos, em casos de perdas de col?nias de abelhas no Brasil tem alertado sobre a necessidade de pesquisas que permitam subsidiar medidas para a prote??o dos insetos polinizadores. Considerando que a sensibilidade a agrot?xicos ? distinta em diferentes esp?cies de abelhas e que o Brasil possui polinizadores representantes da fauna nativa como as abelhas sem ferr?o, torna-se necess?ria a inclus?o dessas esp?cies em an?lises de risco de agrot?xicos. Neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a toxicidade aguda do fipronil, em Apis mellifera africanizada e Scaptotrigona bipunctata (representante da fauna brasileira), a fim de determinar a concentra??o e dose letal mediana (CL50 e DL50), respectivamente, em exposi??o oral e t?pica de forrageiras. Os testes foram realizados com base em protocolos de toxicidade aguda oral (OECD 213) e t?pica (OECD 214) para abelhas mel?feras. Para isso estabeleceu-se cinco dilui??es baseadas na taxa de campo utilizada para soja (32g i.a. de fipronil/100L de calda). O produto comercial de fipronil utilizado foi o Nortox? 800WG: 80% ingrediente ativo (i.a.). Na exposi??o oral as concentra??es para A. mellifera compreenderam um intervalo de 0,0016 a 0,32 ng i.a./?L de dieta e para S. bipunctata de 0,0008 a 0,032 ng i.a./?L de dieta. Na exposi??o t?pica, as concentra??es limitaram-se ao intervalo de 0,08 a 1,6 ng i.a./abelha para A. mellifera e de 0,016 a 0,32 ng i.a./abelha para S. bipunctata. As an?lises dos dados foram realizadas no programa R, e a taxa de mortalidade foi calculada com o pacote ?drc?. Para o consumo de alimento foi adotado ANOVA ou Kruskal-Wallis (se param?trico ou n?o-param?trico). Os resultados do teste de toxicidade aguda oral determinaram a CL50 (em 72 horas): 0,0204 ng i.a./?L de dieta para A. mellifera e 0,0031 ng i.a./?L de dieta para S. bipunctata. O consumo de alimento pelas abelhas n?o diferiu entre concentra??es testadas com fipronil e o controle, para ambas esp?cies, indicando que o produto n?o causou repel?ncia (P>0,05). No teste de toxicidade aguda t?pica os valores de DL50 em 72 horas foram de 0,3096 ng i.a./abelha para A. mellifera e de 0,0938 ng i.a./abelha para S. bipunctata. Estes dados revelam que a concentra??o de fipronil indicada para uso em lavoura de soja no Brasil ? altamente t?xica para as abelhas. Al?m disso, ressalta-se que a abelha nativa avaliada neste estudo ? mais suscet?vel que a abelha ex?tica. Estudos realizados com outras esp?cies brasileiras tamb?m evidenciam que as abelhas nativas s?o menos tolerantes ao inseticida fipronil que A. mellifera. Os autores enfatizam a urg?ncia de incluir abelhas nativas nas an?lises de risco de agrot?xicos, e de colocar em pr?tica pol?ticas p?blicas e medidas para a prote??o dos polinizadores.