Dyonélio Machado : perspectivas para o estudo de sua vida e obra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dornelles, Jonas Kunzler Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Escola de Humanidades
Brasil
PUCRS
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9451
Resumo: O presente trabalho busca desenvolver uma reflexão sobre a figura de Dyonélio Machado, através de uma aproximação com pensadores dos mais diversos campos das ciências humanas. O horizonte da interpretação é fornecido por Paul Ricoeur, que em seu A memória, a história, o esquecimento estabelece a distinção dos campos da memória individual, memória coletiva e da historiografia, arbitradas por uma hermenêutica da condição humana. É dentro desse quadro que surge a concepção do arquivo como rastro, que se apresenta primeiramente como um conector entre tempo privado da autocriação e o tempo público da cotidianidade. A concepção de rastro também serve como reconhecimento não só das evidências, mas da fragmentação, dos vazios e dos não-ditos existentes no arquivo. Com essa perspectiva em mente, passamos a uma reconstrução da trajetória de Dyonélio. Estabelece-se sua conexão com a instituição literária, com a política de seu tempo, e com a comunidade médica. Na busca de uma ampliação daquilo que seja a memória coletiva a seu respeito, indicamos também novas descobertas documentais, vindas da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Passamos então à identificação daquilo que fundamenta nossa análise historiográfica, apresentando aspectos irônicos presentes em entrevistas, ensaios e literatura. Em seguida, indicamos o espaço onde consideramos adequado reconhecer os bastidores de sua obra, na esfera privada. É ali que o escritor se preocupa em potencializar e expandir o conjunto de sua produção, voltando-a para uma posteridade. Dessa maneira, resgatamos seu horizonte ainda aberto, de um projeto que teria se construído para o porvir. Estabelecido esse horizonte, é possível fazer certas críticas a interpretações que exageram aquilo que pode ser objetivado pelos rastros. A principal dessas, que surge desde muito cedo na crítica, é o biografismo. Nessa abordagem, temos um resquício interpretativo de certas figuras do espaço social que foram antagonistas ao seu projeto, que perpetuaram na memória coletiva a analogia entre vida e obra. Isso cria possíveis reflexos, como outra espécie de exagero interpretativo, aquela que imagina uma intricada psicanálise do autor. A partir desse conjunto de análises de seu arquivo, passamos a definir três representações a respeito de Dyonélio Machado, que poderiam fomentar uma rememoração mais adequada e fiel a seus rastros. É em um horizonte democrático então que percebemos como sua obra deixa um imenso legado de reflexão sobre os esquecimentos da história, e um testemunho sobre seu próprio contexto.