A interação família-escola frente aos problemas de comportamento da criança : uma parceria possível?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silveira, Luiza Maria de Oliveira Braga lattes
Orientador(a): Wagner, Adriana lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Faculdade de Psicologia
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/946
Resumo: A presente tese de Doutorado analisa as continuidades e descontinuidades da relação famíliaescola frente aos problemas de comportamento da criança, investigando as práticas educativas parentais e escolares e as explicações que as sustentam, bem como a existência de ações conjuntas frente ao problema. O trabalho é constituído por três artigos que se apóiam no referencial ecológico-sistêmico. O primeiro artigo apresenta uma discussão acerca da etiologia dos problemas de comportamento na infância sob três perspectivas teóricas distintas, ressaltando a importância de entendê-los face a complexidade dos contextos de socialização da criança, tais como a família e a escola. No segundo artigo realizou-se quatro estudos de caso, entrevistando pais e professores de crianças, em idade escolar, que apresentavam problemas de comportamento na escola. Nesses casos, verificou-se que a interação famíliaescola é permeada por três elementos (eixos): entendimento do problema de comportamento da criança, as práticas educativas utilizadas e as orientações e/ou dinâmica da escola. Observou-se que a ambivalência quanto ao entendimento do problema de comportamento da criança atravessa-se às práticas educativas utilizadas por pais e professores, assim como estas mostram-se descontínuas e pouco conhecidas, tanto pela família em relação à escola, como o contrário. Esses resultados apontaram também para uma delimitação rígida das fronteiras família-escola, que parece associar-se à dificuldades na comunicação entre os sistemas. A família mostrou-se submissa ao saber da escola, isentando-se de críticas e questionamentos acerca da função educativa e orientações da escola, especialmente na esfera familiar. Evidenciou-se também, que há uma carência de modelos integrativos família-escola. No segundo estudo, onde se comparou as práticas educativas de pais e professores em doze situações específicas, observou-se maior heterogeneidade das práticas na família do que na escola, onde estas se mostraram, predominantemente, de caráter indutivo. A diferença heterogeneidade X homogeneidade das práticas educativas no contexto familiar X escolar pode ser explicada pela distinta natureza da relação e da função educativa de pais e professores. O pouco conhecimento da família a respeito do contexto e das práticas educativas escolares sinaliza a delimitação rígida de fronteiras entre estes sistemas, o que reforça a submissão da família aos conhecimentos e orientações da escola. Evidenciou-se que as ações conjuntas apontadas pelos participantes reforçam o caráter orientador e curativo da escola perante a família. A família aparece guiada pela escola e assim, pouco se permite questionar a respeito dos conhecimentos que possui e da realidade escolar que é experienciada pelos filhos. A importância de uma interação família-escola que promova a integração dos contextos de socialização das crianças, assim como permita a definição de papéis e funções educativas de forma clara, mostrou-se urgente