Representações sociais acerca da avaliação da aprendizagem de conteúdos matemáticos por estudantes do curso de licenciatura em Matemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Vera Lucia Rangel de lattes
Orientador(a): Bianchini, Barbara Lutaif
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática
Departamento: Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/23792
Resumo: As pesquisas que alicerçam a presente tese fazem parte dos estudos da teoria das Representações Sociais e são delimitadas na investigação da Avaliação da Aprendizagem de conteúdos matemáticos de estudantes do curso de Licenciatura em Matemática. O objetivo geral foi analisar as Representações Sociais dos estudantes do 1º e 7º períodos de uma instituição pública federal localizada no município de Nilópolis, no Estado do Rio de Janeiro e os específicos destinaram-se a identificar e analisar quais sejam as representações dos referidos estudantes. A pesquisa contou com vinte e seis discentes participantes (15 estudantes do 1º período e 11 discentes do 7º período) que contribuíram para responder a questão: quais são as Representações Sociais por estudantes de Licenciatura em Matemática acerca da Avaliação da Aprendizagem de conteúdos matemáticos? Utilizamos como suporte referencial e metodológico a teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici e a abordagem Culturalista de Denise Jodelet. Para a investigação relacionada à Avaliação da Aprendizagem, autores tais como: Charles Hadji, Jussara Hoffman, Jean Bonniol e Michel Vial, Domingos Fernandes, Cipriano Luckesi, dentre outros. Foram utilizadas a abordagem qualitativa interpretativa e a Técnica de Análise de Conteúdo. A coleta de dados foi dividida em dois momentos. Em ambos objetivou-se identificar como se constroem as Representações Sociais e analisar a epistemologia da Avaliação da Aprendizagem de conteúdos matemáticos presentes nos depoimentos dos discentes. O primeiro momento foi dividido em três partes: (1) levantar dados sobre quem são os sujeitos da investigação, utilizando questionários com perguntas estruturadas e não estruturadas; (2) analisar como os estudantes de Licenciatura em Matemática (LM) compreendem e vivenciam o objeto Avaliação da Aprendizagem de conteúdos matemáticos (AA) no cotidiano da formação Matemática, etapa que contou com a Técnica de Associação Livre de Palavras para coleta de dados e (3) identificar as Representações Sociais desses discentes sobre o que eles trazem de significado da AA. Para tal finalidade, foram aplicados questionários com perguntas abertas acerca da AA na Educação Básica (EB) e na LM. No segundo momento, foram utilizados um questionário e a técnica do Grupo Focal (GF) somente para os onze estudantes do 7º período da LM. Nesse segundo momento, os objetivos foram investigar a vivência desses discentes na disciplina Matemática durante a EB e se ela foi decisiva para a escolha do curso de LM, além de analisar nos depoimentos dos estudantes aspectos representativos sobre o tema, com o intuito de buscar informações que completem os dados que favoreçam ao entendimento da temática. Utilizamos o questionário com perguntas abertas com cinco questões, seis estímulos indutores e as respectivas categorias classificadas de Aprendizagem de conteúdos matemáticos de acordo com as discussões dos estudantes. Os dados foram tratados a partir dos softwares Iramuteq 0.7 alpha 2 e Excel. Utilizamos Classificação Hierárquica Descendente; Nuvem de Palavras e Árvore Máxima de Similitude. Os resultados revelaram que os significados que os estudantes têm acerca da Avaliação da Aprendizagem de conteúdos matemáticos no curso de Licenciatura em Matemática estão ancorados nas Representações Sociais da forma como a Avaliação da Aprendizagem é confundida com os instrumentos que a qualificam e a objetivam, em conceitos de múltiplas versões confusas, em distorções, subtrações e defasagens quanto ao seu significado na EB e na 10 LM. Estudantes a ancoram em Representações Sociais por “exame, prova, teste, trabalhos e medição” - Consenso de crenças e de opiniões tradicionais a respeito da AA e de sentimentos de “exclusão, injustiça e medição”. Eles objetivam que a AA é importante quanto à sua formação e quanto ao desejo de ser professor, além de expressarem sentimentos de satisfação pelo curso. Ao reunir dados dos questionários e do Grupo Focal, a análise de conteúdo expressa que, apesar de os estudantes estarem no sétimo período, permanece a representação de que a AA serve para medir e que prevalece somente a avaliação somativa e não formativa em sala de aula; continuam inseridos na cultura de a AA ser exame e que o processo avaliativo ao final do período (semestre) é um modelo ideal de avaliar. Esses estudantes passam por serem reféns do desconhecimento que orbita em torno de suas crenças, mesmo tendo cursado as disciplinas Avaliação da Aprendizagem e Avaliação Educacional. Para finalizar o processo de formação do nosso futuro professor de Matemática, mantêm-se conceitos, crenças e significados que estão carregados de representações. Não houve mudanças significativas nas Representações Sociais desses sujeitos, mesmo estando eles em grupos sociais (1º e 7º períodos) diferentes, embora se constate o mesmo no grupo de pertença dos professores. Os depoimentos dos estudantes mostraram que a AA acaba por não ser um processo formativo e sim somativo. Deve-se registrar, contudo, que tivemos representações positivas por parte de alunos que, em alguns momentos, refletiram sobre a AA como processo contínuo